quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Leishmaniose Visceral

Vocês sabem o quanto gosto de cachorro e que faço parte de uma ONG de proteção animal. Porém, sempre procurei divulgar este assunto apenas no orkut. Recentemente, nossa cidade detectou casos de Leishmaniose Visceral Canina, doença séria que pode ser fatal tanto ao animal como ao homem. Tomei a liberdade de escrever após diversas pessoas me perguntarem sobre a doença. Claro, não sou nenhuma expert, mas vamos ao que li e ouvi de pessoas que realmente entendem do assunto: Infelizmente, tem-se divulgado que o cão é o principal transmissor doença e que todos os animais portadores devem ser eutanasiados. O que poucos sabem que o transmissor da doença é um mosquito minúsculo (mede de 1 a 3 mm) e não o cão, que é apenas um hospedeiro (como a galinha, o morcego, o gambá...) e que, na verdade, o mosquito (conhecido como mosquito palha) só pica um cão caso não haja um humano mais “saboroso” por perto. Sim, os humanos são os alvos preferidos do mosquito palha. O fato de ter contato com um animal doente ou pessoa não significa que a pessoa adoecerá também. Esta é uma doença infecciosa, mas não contagiosa, ou seja, uma pessoa só pode “pegar” a doença caso seja picada por um mosquito que tenha picado um animal (ou outra pessoa) doente antes. Ainda, esta é uma doença que pode levar meses até aparecer algum sintoma.

A Organização Mundial de Saúde não recomenda a eutanásia em cães doentes e, sim o seu tratamento, que será para a vida toda do animal. Em países desenvolvidos, existe inclusive ração específica para cães portadores e os animais são vacinados. No Brasil, a vacina está disponível apenas para cães que tiverem feito o exame de sangue com resultado negativo e devem ser dadas 3 doses e depois repetir 1 dose anualmente.

Com as notícias que estão sendo divulgadas apontando o cão como transmissor da doença, a resposta de população poderá ser de sacrificar animais sadios ou abandonar seus cães, o que pode aumentar ainda mais as chances de transmissão para humanos e outros animais.

Agora, você que não tem um cachorro pergunta: MAS E O QUE EU TENHO A VER COM ISSO? E eu respondo: TUDO! Mesmo que todos os cães do mundo fossem exterminados, o mosquito continuaria aqui e a doença também. Devemos todos (proprietários de animais ou não), agir de forma preventiva para combater o mosquito e, também, devemos exigir que a Secretaria de Saúde adote medidas de combate ao mosquito e não ao cão, como está acontecendo.

Como prevenir a proliferação da doença? Primeiro, é necessário saber que o mosquito se reproduz em matéria orgânica em decomposição e não na água, como faz o mosquito da dengue. Assim, qualquer folha caída no jardim já é uma oportunidade para o mosquito “colocar seus ovinhos” ali, o que ocorre geralmente 15 dias após um período de chuva. Então, neste período, é indicado o uso de produtos à base de piretróides, como a deltametrina (K-Othrine, Butox etc.) ou a cipermetrina, que também podem ser borrifados nos batentes de portas e janelas, afastando não apenas os mosquitos palha, mas todos os mosquitos que enchem nossa paciência, principalmente no verão. Alternativas mais naturais são o óleo de citronela e o óleo de neem (este um ótimo inseticida natural, que pode ser borrifado também nas plantas). Colocar telas nas janelas também ajuda, mas tem que ser aquelas com espaçamento de um milímetro. A planta da citronela também pode ser plantada em vasos ou no jardim, sendo um ótimo repelente.

Para aqueles que tem cachorros, também é possível usar a cipermetrina diretamente no animal, tomando cuidado em aplicar em locais que ele não possa lamber, como a “nuca” e com dose de 1gota/kg do animal ou borrifando diariamente no pêlo o óleo de neem ou de citronela (diluídos. Existem até pronto,s vendidos em agropecuárias) antes do entardecer, quando o mosquito ataca. Claro, antes de qualquer ação, consultar o médico veterinário.

Para quem quiser mais informações sobre a doença e o seminário que aconteceu no sábado, 18/09/2010 na OAB de Florianópolis, entre nos sites:

http://www.maedecachorro.com.br/2010/09/leishmaniose-visceral-e-voce-nao-pense.html

http://www.maedecachorro.com.br/2010/09/seminario-sobre-leishmaniose-visceral.html

Para quem quiser mais informações sobre o tratamento da doença, entre no site do médico veterinário e advogado André Luis Soares da Fonseca:

http://www.fielamigo.com.br/trata/


Atenciosamente,

Beatriz Bastos Moreira Lima
Arquiteta, "mãe" de cinco cachorros e cidadã responsável que não quer adoecer.

3 comentários:

Camila disse...

Todo o cuidado é pouco, com nossa saúde e com estes, que são nossos melhores amigos, os cachorros, sejam eles de que raça forem, se de rua, grandes, pequenos, pretos, brancos, não interessa. O que importa é dar-lhes uma vida digna!!!!

Camila

Sandra Petersen disse...

Gandhi disse: "O grau de cultura e de civilização de um povo se conhece pela forma como trata seus animais"
Esta frase já "fala" por si...

Sandra

Iara disse...

A falta de informação dá nisso...ao invés de erradicar o mosquito que causa a doença, se preocuparam em dizimar os cachorros....e se um humano pegar???? Vão matar as pessoas, também???

Iara