quinta-feira, 31 de março de 2011

Mais pingos nos 'i's

Vamos aos fatos históricos. Lembrem-se: contra fatos não há argumentos.

Há 15 anos, foi iniciada a Beira-Mar Sul, que ligaria o Centro ao Sul da Ilha. Foi terminada uma fase, a mais difícil, em 8 anos; e inaugurada inclusive com os túneis, que seriam as "Obras de Arte" com maior grau de dificuldade .

E, aí, tivemos uma belíssima Via Expressa, ligando o Centro à Coisa Nenhuma.

Demorou mais 4 anos para se fazer uma simples conexão entre o trecho (2 Kms) em que a obra terminava e sua ligação com a Estrada do Rio Tavares e a Via do Aeroporto. O famoso trevo da Seta.

Mais 2 anos e foi feito 1/2 viaduto, um escárnio contra os moradores do sul da ilha.

Os congestionamentos foram se avolumando. Prefeitura e Governo do Estado que, nos primeiros 6 anos, viveram de mãos dadas, ficaram um desculpando o outro, pela total inércia e omissão.

Foi terminada a outra metade do viaduto e descobriram que não serve para nada; foi somente para transferência dos congestionamentos: agora, eles se situam em cima do tal viaduto.

E o pior: acabada a "lua de mel" entre os dois poderes, assistimos à troca de acusações sobre quem é responsável pelo quê.

A única verdade incontestável é que não houve um mínimo de responsabilidadede, ou de preocupação com os interesses dos usuários e moradores. planejamento zero, nenhuma competência e desentrosamento completo, entre os responsáveis por essa obra. Gerido por gente séria, com o dinheiro que foi gasto, teria sido completada em, no máximo 2 anos, e com 2 pistas, com certeza , até o Campeche.

Este mesmo grupo de participantes propôs a Execução da Arena Multiuso de Canasvieiras. Querem fazer o mesmo que fizeram lá. Ou seja, fazem a Arena, mudam os planos, terminam quando e como quiserem.

De novo: Planejamento Zero. Quando terminarem, vão pensar em resolver o problema do acesso dos carros que, hoje, já é terrível quando existe qualquer evento. Inicia a temporada de verão e o trânsito não anda.

E o estacionamento para as 35 mil pessoas , previstas nos eventos ?

E a hotelaria? Irão prestigiar a rede hoteleira existente ou vão licenciar novos hotéis adaptados aos caixas de campanha?

Precisamos falar da infra-estrutura. Não só do Parque Sapiens, mas de todo o norte da Ilha.

Como deixar o problema do abastecimento da água e a solução para o tratamento de esgoto conviver com esse empreendimento? E o desaparecimento das praias? E a falta de segurança?

Por isso, o objetivo dos moradores de Canasvieiras, organizados, deve ser um: qualquer projeto previsto para o bairro SOMENTE poderá ser executado se abranger TODOS esses aspectos, concomitantemente.

E devem ser concluídos todos juntos, com prioridade para as obras de saneamento.

Entendo, portanto, que é urgente a criação de uma "Frente do Norte da Ilha" que consiga determinar suas prioridades, atendendo às reinvindicações da maioria, com discurso e ação unificados.

Fiscalização zero

Diário Catarinense, 31 de março de 2011, página 5.

Fiscalização zero
Moacir Pereira

A precariedade dos serviços de telefonia celular no Estado recebeu um bombardeio de críticas do deputado Edison Andrino de Oliveira (PMDB) na Assembleia Legislativa. Com inteira razão. O assunto é de alto interesse e deveria merecer mais atenção dos políticos e das autoridades. A começar dos senadores e deputados federais de SC. Afinal, o controle e a fiscalização do sistema telefônico é de responsabilidade federal, e as deficiências são apontadas por milhares de usuários.

Não só na telefonia móvel. Os serviços bancários oferecidos pela rede pública carecem de avaliação do Banco Central e dos parlamentares. O sistema de televisão a cabo também não foge destas anomalias. Também, por falta de fiscalização. De igual forma, a Celesc e a Casan, no plano estadual, continuam devendo muitas respostas aos consumidores.

Sobre a Casan, há pouco a comentar, tal o nível de paradoxo de suas atividades. A estatal atende pelo pomposo nome de Companhia Catarinense de Água e Saneamento. Imaginava-se que fosse tratar com alguma competência do sistema de esgoto. Pois descobriu-se, agora, que a Casan é uma das maiores poluidoras das praias da Ilha de Santa Catarina.

Durante reunião na Associação Comercial e Industrial de Florianópolis, veio a revelação de que a empresa implantou a rede de esgoto nos Ingleses, a maior da Capital, mas não construiu uma estação de tratamento. Resultado: ninguém pode fazer a ligação de residências, hotéis, lojas, etc. E os que ligaram lançam os detritos no Rio Capivari e no mar. Solução? Somente com a construção de um emissário submarino. Não há projeto concluído. Quer dizer: o emissário fica para o governo que vier depois de Colombo. Até lá, a poluição, criando problemas de saúde pública, vai continuar.

terça-feira, 29 de março de 2011

O cenário nebuloso de Canasvieiras!

Ana Echevenguá

A audiência com o Secretário de Turismo Cesar Souza Júnior, em Canasvieiras – promovida pelo CONSEG Canasvieiras e pelo Movimento SOS Canasvieiras -, foi de suma importância para o futuro do bairro.

O resultado foi positivo: o Secretário sugeriu a criação de 2 comissões distintas para conversar com o governador do Estado sobre os maiores problemas que a comunidade experimenta: a paralisação das obras do Centro de Eventos e a poluição, provocada pelo lançamento de esgoto in natura nas praias.

A realidade quanto ao Centro de Eventos

É inegável que ele é de suma importância para Canasvieiras e Florianópolis. Mas, não tem data para ser entregue; ou para a retomada das obras. Assim, é impossível precisar quando ele começará a gerar os frutos esperados. 2015, 2030, 2050? Não se falou em datas!

Devido à má administração pública – prática reiterada por essas bandas -, o Centro, hoje, é apenas um esqueleto de concreto na entrada de Canasveiras. Pode, no máximo, servir de abrigo pros sem-teto que perambulam por aqui.

Alguns depoimentos importantes

1. Segundo o Secretário Cesar Souza: - a Secretaria de Turismo tomou ciência do problema com o Centro de Eventos quando foi procurada pela Caixa Federal, manifestando preocupação com a paralisação das obras em função de um convênio de 7 milhões e 800 mil reais que existe entre a Secretaria e o Ministério de Esportes. E a preocupação é que possamos perder este financiamento.

Minhas dúvidas:

- o que é preciso fazer para evitar a perda do financiamento?

- em que momento foi perdido o contato entre a Caixa Federal, Secretária Estadual de Turismo e o Ministério de Esportes já que estamos diante da uma das maiores obras já previstas para SC?

2. Segundo o ex-secretário Galina: – havia recursos previstos no orçamento de 2010, de 7 milhões e 500 mil reais - para a execução da obra. Por problemas de caixa, o secretário do planejamento e da fazenda, junto com o governador Pavan, dividiram por 2 esta previsão do orçamento. Por isso, a obra paralisou. (...) Há previsão, no orçamento de 2011, para a continuidade da obra.

Minhas dúvidas:

- se há previsão no orçamento de 2011, qual a data da retomada das obras?

- quais as garantias que teremos de que a verba prevista no orçamento de 2011 não será desviada devido a ‘novos problemas de caixa’?

- olhando a obra, no estado em que se encontra, dá pra enxergar que foram investidos 3 milhões e 750 mil reais (a metade do orçamento previsto em 2010)?

- o Tribunal de Contas foi informado desse desvio de verba?

Tais depoimentos estão gravados. Comecei a fazer isso depois de ouvir inúmeras vezes: ‘eu não disse isso; não coloque palavras na minha boca’. Gravo – com imagem e som - e coloco à disposição de qualquer interessado.

Não vou falar do circo da tropa de choque da Prefeitura, que compareceu na audiência pra tumultuar e alterar a verdade dos fatos e induzir a comunidade em erro. Aquela prática que, no Direito, chamamos de litigância de má-fé. Tentaram, mas não conseguiram, transformar o evento num palanque eleitoreiro.

Um aviso aos sabujos da Prefeitura: por causa do descaso de vocês, Canasvieiras tem esgoto no mar e na areia. Mesmo que isso gere problema no nosso bolso e na nossa saúde, o esgoto não subiu à nossa cabeça. E pretendemos mudar a vergonhosa situação que nos é imposta. Quem mora aqui, quem ganha seu pão de cada dia aqui, sabe que – por enquanto - nosso cenário é nebuloso, como bem expõs Luiz Falcão de Moura, da ACIF-Reginal de Canasvieiras: “a temporada é curta; as praias são poluídas; as areias, escassas; não temos saneamento básico; sem fiscalização; sem segurança; sem câmeras... e sem Centro de Eventos”.

Mas, estamos na luta pra reverter este quadro.

Ana Echevenguá, integrante do Movimento SOS Canasvieiras, presidente do Instituto Eco&Ação ana@ecoeacao.com.br. www.ecoeacao.com.br.
Ana Echevenguá - advogada ambientalista - OAB/SC 17.413
ana@ecoeacao.com.br
Instituto Eco&Ação - www.ecoeacao.com.br

domingo, 27 de março de 2011

Pingo nos ‘i’s

Silvio Saad

Depois de ler nos jornais, na internet e ainda ouvir nas conversas informais, as diversas versões sobre a reunião (audiência pública) ocorrida no dia 22/01 último, em Canasvieiras, gostaria de contribuir com a minha visão do que considero a realidade.

- O grupo "SOS Canasvieiras" foi formado por moradores indignados com o distrato das autoridades com as condições atuais desse Balneário, que ainda é o mais importante da ilha, na recepção de turistas.

- O grupo tenta atrair todos os interessados nessa luta e elegeu alguns itens básicos, cuja resolução seria fundamental para começar a mudar o "status quo". E é totalmente apolítico.

- Cansados dos discursos das autoridades que somente se interessam em prometer providencias antes das eleições - e simplesmente desaparecem na hora de executá-las, resolveram tomar iniciativas concretas para exigir o que lhes é de direito.

Os 3 alvos iniciais são:
  • Trato da água, com fornecimento e saneamento básico.
  • Recuperação das praias, que estão desaparecendo.
  • Segurança.
- Evidentemente que essa movimentação atraiu vários grupos interessados e atingidos pelos mesmos problemas: os empresários do turismo, os comerciantes, os empreendedores prediais, os políticos, os órgãos de classe, os CONSEGs, as ONGs, etc... E não se limitou a Canasvieiras, pois todo o norte da ilha mostrou-se vivamente interessado e querendo participar, já que os problemas são comuns.

- Nesse embalo, veio o problema da "Arena Multiuso do Sapiens Park", cuja conclusão - ou não -, vai afetar toda região. E esse item foi acrescido nas prioridades a serem discutidas e resolvidas.

- A Secretaria Estadual de Esportes seria a responsável para definir o problema da arena. O secretário se dispôs a vir a uma reunião com todos os envolvidos, para ouvir as reivindicações e incluí-las no projeto. Ou então vê-lo rejeitado pela comunidade.

- Entretanto, o evento ganhou publicidade e cunho político. As diversas facções que disputam o poder municipal se envolveram e vieram participar da reunião. Entre eles o atual 'Primeiro Ministro do Municipio', o ex-secretário regional, os secretários municipais de obras, saneamento, etc. diversos vereadores e possíveis próximos candidatos, e ainda alguns jornalistas mal informados (ou com outros interesses).

- Os temas principais da reunião deveriam ter sido abordados, com ênfase para a multiarena.

- O que vamos descrever agora tem o objetivo de corrigir as notícias que foram veiculadas e que não correspondem à realidade:

  1. O Sr. Sebastião dos Santos é um dos tantos integrantes e não o presidente do "SOS Canasvieiras". Este não possui diretoria e nem um representante oficial permanente. É um grupo atuante de membros da comunidade, sem hierarquia. O Sr. Sebastião foi o apresentador do evento e preside o CONSEG de Canasvieiras, é morador do bairro. E ligado ao DEM.
  2. Os representantes da prefeitura não foram hostilizados ou desrespeitados. Simplesmente, tiveram o mesmo tratamento que dispensaram ao norte da ilha, nos últimos 6 anos.
  3. Apesar de a Multiarena ser uma obra importante, que possui o apoio de todo o "trading " comercial da região, não pode ser implementada sem que outras providências sejam tomadas, para não torná-la inviável. São elas: o acesso rodoviário, estacionamentos, adequação das instalações a todas as necessidades para este tipo de empreendimento e, principalmente, às três principais reinvindicações da comunidade: saneamento básico, segurança e recuperação das praias, aplicadas no bairro todo.
  4. Deve-se pensar também na adequação da rede hoteleira e de restaurantes para esse turismo de eventos (ou de inverno).
  5. Nesse sentido, o Secretário Cesar Souza Jr., demonstrando notável perspicácia percebeu a obviedade das reivindicações e fez uma proposta concreta para ajudar a encontrar a melhor forma de resolver o que estava sendo apresentado.
  6. A Prefeitura, ao tomar conhecimento dessa situação, também deveria envidar seus melhores esforços para ajudar a tirar essa importante região da cidade - são 120 mil moradores - da situação em que se encontra. Caso contrário, pagará o preço nas próximas eleições.
  7. Os políticos que estavam presentes ao evento agora deverão mostrar serviço, se não quiserem ver arruinadas suas chances de obter votos na região.
  8. E, finalmente, a CASAN, grande responsável pela maioria dos problemas da região, deveria parar de tentar "tapar o sol com a peneira" e agir efetivamente, sob pena de sofrer sérios revezes. A começar com a suspensão do pagamento da " taxa de esgoto" - serviço pelo qual ela recebe ilegalmente, pois não o executa.
No mais, coloco-me à disposição para esclarecer ou discutir as dúvidas que ainda existam.

Silvio Saad
Eco&Ação - Ecologia e Responsabilidade
silviosaad@ecoeacao.com.br
(048) 9156-3735
www.ecoeacao.com.br

sábado, 26 de março de 2011

O sistema subterrâneo de coleta de lixo, em Barcelona

Colaboração: Maria Helena Resende, por email.
Fonte: http://www.cidadespossiveis.com



A idéia de um sistema subterrâneo de coleta de lixo em Barcelona é de 1992, quando a cidade sediou os Jogos Olímpicos. Desde então, o projeto tem sido implantado sistematicamente e 70% da área metropolitana já possui bocas de lixo conectadas diretamente aos centros de coleta. Plástico, latas e papel são reciclados e o lixo orgânico vira energia. Em cinco anos, a capital da Catalunha eliminará definitivamente os caminhões de lixo.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Caramujos africanos

Há mais de um ano o SOS CANASVIEIRAS denunciou esse problema.
Nada foi feito. Os terrenos baldios continuam até hoje sujos, propiciando a proliferação dessa praga.
Ontem, na audiência pública realizada em Canasvieiras, no Hotel Moçambique, aproveitamos a presença do diretor da Vigilância Sanitária, Sr. Anselmo Granzotto, que se comprometeu a dar atenção necessária para diminuir o impacto dos aramujos no nosso bairro.
Estamos agaurdando!

quinta-feira, 24 de março de 2011

Comunidade do Campeche Unida em prol da água

Fonte: Notícias do Dia Online

Mônica Amanda Foltran

Em alusão ao dia internacional da água, comemorado no dia 22, moradores e integrantes de movimentos sociais se uniram na avenida Pequeno Príncipe, no Campeche, para protestar e alertar a população quanto ao desperdício e destruição do meio ambiente. Com faixas e cartazes, os participantes alertavam sobre o crescimento desordenado da região, bem como o descarte desordenado do lençol freático para a construção de novos empreendimentos.

“Em Canasvieiras sempre sofremos com a falta de água, aqui estão secando o lençol freático para fazer empreendimentos. Isto é um absurdo”, reclama o morador, Nelson Peterson, que faz parte do movimento SOS Canasvieiras. “Vamos também na Lagoa da Conceição e depois nos Ingleses. Vamos unir os movimentos. Em Canasvieiras pagamos a taxa de esgoto, um serviço que não é prestado”, completa Sandra Petersen, também do SOS Canasvieiras.

No Campeche moradores questionam o Plano Diretor elaborado por uma empresa particular contratada pela Prefeitura de Florianópolis. “É uma discussão que tem que ser feita de forma participativa. Desde 2008 encerraram as discussões. Ficou pela metade. Mas o processo tem que ser participativo do começo ao fim”, coloca Janice Tirelli que faz parte do Núcleo Distrital do Campeche. “Hoje temos uma série de licenças dadas para aprovação de novos empreendimentos. Queremos a paralisação de obras no Campeche para podermos discutir como poderemos continuar”, explica Janice.

“Tivemos o dia internacional da água, o mundo inteiro preocupado com o racionamento e a nossa indo pelo ralo”, lamenta a moradora Telma Piacentini.


Moradores querem Pacuca

Entre as mobilizações moradores plantaram mudas na área de 323 mil metros quadrados paralela a avenida Pequeno Príncipe, no Campeche. De acordo com a comunidade a reivindicação é que o local, antigo ponto de pouso de aviões e que pertence ao Patrimônio da União, seja transformado em um Parque Cultural do Campeche – o Pacuca.

“Meu pai era aeromodelista aqui. Utilizávamos esta área para lazer, precisamos dar continuidade”, destaca o morador da região, Renato Daud, 45, que ao lado dos filhos, Alan e Igor Mansur, plantavam mudas.

As manifestações contaram ainda com atividades com as crianças, discursos e interação com a população.

Fotos: Rosane Lima/ND

quarta-feira, 23 de março de 2011

“Situação vexatória”, doutor?

Ana Echevenguá

Na audiência pública, promovida pela Comissão do Meio Ambiente da Câmara de Vereadores de Florianópolis*, restou comprovado – finalmente – que as nossas praias estão poluídas com esgoto in natura.

A CASAN tropeçou nos números e comprovou – com gráficos - as falhas do tratamento de esgoto. Exemplos:

- na Lagoa da Conceição – cartão postal de Floripa -, ela coleta esgoto de 2.903 imóveis, atendendo a 9.464 pessoas;

- em Canasvieiras – segundo lar dos argentinos -, coleta esgoto de 7.697 casas e atende 25.092 pessoas; após a fiscalização que o Ministério Público Estadual a obrigou a fazer, descobriu que 80% dos imóveis não estão ligados na rede de coleta. Peguei a calculadora e apurei que só 1.540 residências enviam seu esgoto pra ETE (estação de tratamento de esgoto) de Canasvieiras.

Bom, sobre essa ETE, ninguém sabe muita coisa. Não foi realizada – até o momento - uma perícia técnica confiável no local. Tudo o que a gente sabe é que o projeto está em fase de ampliação. Mas, recebi uma mensagem que diz isso: “enquanto não fica pronta é um terror, nem a cloração da parte que funciona está ligada”.

Voltando aos números: eles são trágicos se considerarmos os dados fornecidos pelo IPUF**. A população de Canasvieiras, em 2011, por exemplo, corresponde a 131.767 (31.937 fixos e 99.830 da chamada população flutuante).

Todos já sabem para onde vai o esgoto produzido por esse povo todo...

O representante da FATMA – órgão estadual cuja missão maior é garantir a preservação dos recursos naturais de SC – alegou que essa situação é vexatória.

Vexatória? Florianópolis joga quase todo o esgoto que produz nas águas e solo e isso é considerado simplesmente vexatório? No mínimo, seria um caso de improbidade administrativa. No mínimo, doutor!

Bom, vexatória foi a solução que ele apresentou para o problema: começar uma discussão direta entre CASAN e FATMA. Ou seja: só blábláblá para que a CASAN entenda que ela precisa cumprir suas obrigações.

Nem vou falar da exposição do plano de saneamento básico pra cidade - a solução encomendada pela prefeitura e CASAN... essa papelada deveria ser queimada em praça pública!
E o contrato CASAN-Prefeitura?

Vamos pensar juntos sobre o contrato que a CASAN e Prefeitura assinaram:

- a CASAN assumiu a obrigação de tratar o esgoto de Florianópolis; no contrato de concessão de serviços estão previstos seus direitos e suas obrigações;

- da parte relacionada aos seus direitos, ela está dando conta: cobra mensalmente – sob pena de corte de fornecimento de água - a tarifa de água e esgoto;

- as suas obrigações ainda estão no papel; em planos de cumprimento de metas; em reuniões de diretoria...;

- só teremos 100% de esgoto tratado em 2030.

Se é assim, e se a única solução para essa merda toda que nos cerca é a continuidade do blábláblá e um plano de saneamento mirabolante, vamos suspender imediatamente o pagamento à CASAN, na parte que trata do esgoto (que ela não trata).

E só vamos pagar essa conta em 2030. Ou seja: a partir do dia em que tivermos esgoto tratado!

A nossa Tolerância Zero a essa fétida situação vexatória contemplará também um pedido de responsabilização e de punição previstas em Lei das pessoas físicas envolvidas.

* - Realizada no dia 16 de março de 2011.

** - Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis

Ana Echevenguá, advogada ambientalista, coordenadora do programa Eco&Ação, presidente da ong Ambiental Acqua Bios e da Academia Livre das Águas, e-mail: ana@ecoeacao.com.br, website: www.ecoeacao.com.br

terça-feira, 22 de março de 2011

Importante

REUNIÃO ENTRE O SECRETÁRIO DE TURISMO - CESAR SOUZA JUNIOR
E A COMUNIDADE DO NORTE DA ILHA PARA DEBATER SOBRE O FUTURO
DO CENTRO DE EVENTOS EM CANASVIEIRAS. ESTARÃO PRESENTES
DONOS DE POUSADAS, IMOBILIÁRIAS, HOTELEIROS E COMERCIANTES,
COMO TAMBÉM ENTIDADES COMUNITÁRIAS.


Quinta-feira
24/03/2011
20:00 hs
Hotel Moçambique (Av. das Nações, 375)
Canasvieiras

domingo, 20 de março de 2011

PARAÍSO DOIS M!

Diário Catarinense, 20 de março de 2011, página 2.

PARAÍSO DOIS M!

A praia das gatas mais lindas, dos surfistas, de gente sarada e bonita não resistiu à falta de saneamento. Point do verão em Floripa, o Riozinho, no Sul da Ilha, também está poluído....

...As placas alertando para as condições impróprias para banho foram colocadas pela Fatma na última sexta-feira. O paraíso da moda, agora, também é o da meleca.

sábado, 19 de março de 2011

Festival da Água e do Pacuca

Dia 23 de março de março – 10h – Campo de Aviação (Parque Cultural do Campeche/ PACUCA)

A água é fundamental para a vida, e esta que brota das torneiras não é coisa mágica. Ela precisa existir na natureza e estar em condições para o consumo. O Campeche tem um lençol freático de muita qualidade que serve para o abastecimento de toda a planície. Até bem pouco tempo, usávamos ponteiras e a água vinha direto do quintal. Mas, com a chegada da Casan, agora, a água que chega à nossa casa vem do complexo da Lagoa do Peri e é complementada pelas águas do nosso solo, o Aqüífero do Campeche.

Essa reserva não é inesgotável. Pode acabar se não for cuidada.

A comunidade do Campeche celebra o Dia Mundial da Água com luta e ocupa o espaço do antigo campo da aviação para fazer seu protesto. Neste lugar, está definido no Plano Diretor, um Parque Cultural - PACUCA - garantindo às gentes um espaço de lazer e reunião. Venha para a luta! Haverá plantio de árvores, música, arte e informação.

Programação - Dia 23 de março de 2011

Campo de aviação – 10h

. Plantio de árvores
. Distribuição de panfletos à população
. Apresentação de trabalhos dos alunos da Escola Brigadeiro Eduardo Gomes
. Apresentação da Banda do Projeto Rancho da Canoa
. Construção de desenhos com o tema água pelas crianças
. Espaço aberto para a apresentação de músicos locais

O Campeche quer seu espaço de convivência – Pelo Parque Cultural do Campeche (PACUCA)

Dia 26 de março de 2011

19º Travessia da Ilha do Campeche – Praia do Campeche – 8h30min

. Distribuição de panfletos
. Recolhimento do óleo de cozinha
. Recolhimento de eletroeletrônicos
. Mutirão do lixo
. Oficina de arte de garrafa-pet

Promoção: ND Campeche, Mosal, ND Pântano do Sul

sexta-feira, 18 de março de 2011

Zorra Total




CABALÍSTICO – Veja só o valor da obra da Casan anuncidado na placa na subida do Morro do Horácio, na última quarta-feira: R$ 7.777.777,77. O sete é venerado em quase todas as crenças místicas como o número do triunfo. Alguém aí acredita em coincidência?


Fonte: Diário Catarinense, 18/03/2011

quarta-feira, 16 de março de 2011

Nossa tragédia ambiental silenciosa de todos os dias

Publicado em O Estado de São Paulo, dia 12 de março de 2011, página A2.

Leia o artigo na íntegra aqui.

O lançamento dos esgotos sem tratamento na natureza é um atentado ao cidadão, que ocorre 24 horas por dia, 365 dias por ano. Os esgotos representam hoje o maior impacto ambiental às águas do País, principalmente nas grandes regiões metropolitanas. Não temos como falar em cidades sustentáveis ou "sustentabilidade", enquanto nossos cursos d"água forem vítimas da falta dos serviços de coleta e tratamento dos esgotos, legítimo fruto do descaso e falta de prioridade política das autoridades nas últimas décadas.

A solução para este desastre sem charme passa por todos os elos do governo, mas, sobretudo pela vontade dos prefeitos, responsáveis pela solução do problema, segundo a lei que rege o saneamento. Ele pode constituir sua própria empresa municipal ou conceder o serviço a uma empresa estadual ou privada, fazer uma parceria público-privada ou um sistema misto - solução existe. Mas sua responsabilidade não para por aí... Ele deve, por força da lei do saneamento, priorizar também a formulação do Plano Municipal de Saneamento Básico de seu município, sem o qual não poderá mais acessar os recursos federais. Cabe à autoridade local, portanto, vários desafios, mas principalmente o de olhar cuidadosamente a gestão dos serviços prestados à sua cidade, garantindo que se persiga a redução das perdas de água, a transparência da informação à população, o cumprimento das metas e a aplicação de tarifas adequadas à realidade local.

terça-feira, 15 de março de 2011

Sobre lixões...

Ana Echevenguá

Basta uma caminhada por Florianópolis-SC pra constatar que o pessoal adora jogar lixo no chão. Terreno baldio ou em construção, praça, areia de praia... tudo é local para disposição de lixo. Em Jurerê Internacional, na Costeira do Pirajubaé... A postura é a mesma!

Em Canasvieiras, ao lado do Mercado Jardim – na rua Madre Maria Vilac - há um camping desativado que virou lixão. Entre a vegetação alta tem de tudo: cachorro morto, sacolas com lixo dentro... até sofá. A vizinhança já reclamou a vários órgãos. Mas o lixão continua crescendo.

Ontem, soube que o terreno atrás do supermercado Imperatriz, onde será construído um colégio, também está recebendo lixo. Fui lá e confirmei: tem muito lixo depositado. E um vazamento de esgoto.

Do lado deste terreno fica uma das creches de Canas.

Será que ninguém sabe que essa prática corriqueira é uma das principais fontes de contaminação ambiental? É um foco de vetores de doenças infecto-contagiosas: formiga, barata, rato, mosca, urubu... E implica inúmeros prejuízos de natureza econômica e socioambiental.

Não quero me aprofundar muito no assunto. Mas há uma farta legislação ambiental a respeito do assunto. E essas regras – que foram feitas pra proteger a nossa saúde e a nossa sadia qualidade de vida - dizem que:

- o gerador do resíduo (aquele que produziu o lixo) como o proprietário da área onde é jogado o lixo,

- o motorista que levou o lixo até o local,

- o vizinho que olha e ‘não vê’,

- o servidor público que recebe a notícia da irregularidade e cruza os braços...

Todos são ‘farinha do mesmo saco’. Ou seja: todos têm sua parcela de culpa e devem ser punidos. Ta na Lei dos Crimes Ambientais.

Art. 2º. da Lei 9.605/1998 – Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la.

Dura Lex, sed Lex!

Viram pra quem vai sobrar a nossa conivência com a Fiscalização Zero??

Ana Echevenguá, advogada ambientalista, presidente do Instituto Eco&Ação e da Academia Livre das Águas, e-mail: ana@ecoeacao.com.br, website: http://www.ecoeacao.com.br.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Banheiro à beira-mar

Diário Catarinense, 14 de março de 2011, página 25

Banheiro à beira-mar
É o que promete a prefeitura da Capital, que está prestes a abrir licitação

Qualquer turista que chegue às praias de Florianópolis se encanta com as belezas naturais. Mas a infraestrutura é crítica. A prefeitura está com projetos para mudar esse quadro, e promete começar pela instalação de banheiros móveis nos balneários da Capital.

Como mostrou a reportagem de ontem no Estúdio Santa Catarina, da RBS TV, o edital de licitação para a empresa que executará a obra deve sair este mês.

A ideia de começar o processo de concorrência pública agora, após o fim da temporada, é para os banheiros estarem funcionando no próximo verão. Como são necessários 90 dias para os interessados pela licitação enviarem suas propostas, a instalação deve começar entre julho e agosto. De acordo com o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano do município, José Carlos Rauen, serão instaladas 10 unidades experimentais nas praias.

O projeto arquitetônico, desenvolvido por uma empresa através de carta-convite, inclui um par de cabines e chuveiros com capacidade de armazenamento 20 vezes superior a de um banheiro químico convencional. Deverá ter reservatório de água para pia e descarga e outro para esgoto, para ser retirado através de caminhão limpa-fossa. O valor estimado de cada módulo é de R$ 25 mil a R$ 30 mil, mas o preço final será determinado pela concorrência pública.

– Serão banheiros duplos, masculino e feminino, em que deficientes físicos e pessoas idosas terão facilidade de usar – diz Rauen.

Outra melhoria que está sendo estudada é a construção de passarelas de acesso ao mar, como aquelas feitas por empresas privadas na Praia de Jurerê Internacional, no Norte da Ilha.

Água mal tratada

Publicado em O Estado de São Paulo, 12 de março de 2011, página A3.

Se evitasse com mais eficiência as perdas de água tratada em decorrência de vazamentos, ligações clandestinas e fraudes, e convertesse parte do dinheiro assim economizado em investimentos, o Brasil conseguiria reduzir de maneira significativa o prazo para que toda a população seja atendida por sistemas públicos de distribuição do precioso líquido. Como mostrou o Estado na terça-feira, em reportagem de Edna Simão, o País perde anualmente R$ 7,4 bilhões com vazamentos de água. Essa perda equivale a três quartos dos investimentos anuais em saneamento básico que precisam ser feitos até 2015, para universalizar os serviços.

Nem tudo o que se perde pode se recuperado. Há um nível de perda considerado tolerável, e que decorre de problemas temporários da rede, de falhas nos equipamentos de medição ou de ligações não cadastradas. Estima-se que o País poderia recuperar 60% das perdas, ou R$ 4,4 bilhões por ano, com algum investimento e melhores práticas de administração.

As empresas e autarquias municipais e estaduais responsáveis pelos sistemas deixam de faturar cerca de 40% da água que colocam em suas redes de distribuição, de acordo com cálculos do consultor Airton Gomes. É o dobro da média considerada ideal pelo secretário nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, Leodegar Tiscoski.

Em alguns casos, os prejuízos são muito maiores. As companhias de saneamento do Amazonas, do Amapá e do Maranhão têm perdas de mais de 70%, de acordo com o Índice de Perdas de Faturamento, que compara o volume de água colocado na rede e o volume não faturado. O tamanho do prejuízo é produto de velhos vícios políticos, má qualidade gerencial e precária situação financeira de boa parte das empresas, incapazes até mesmo de cobrar o que lhes é devido.

De acordo com a lógica político-eleitoral que predominou no País durante anos, investir em saneamento básico não rende votos, pois a obra não é visível. Essa lógica está sendo trocada por outra, a de que o investimento deve ser inteiramente voltado para a expansão da rede - que, certamente, precisa ser ampliada -, ignorando-se quase por completo a necessidade de manutenção da infraestrutura existente - o que acaba provocando perdas cada vez maiores.

Constituídas, em sua maioria, em meados da década de 1970, as companhias estaduais e municipais de saneamento acompanharam a evolução das políticas públicas para o setor e foram fortemente afetadas pela crise financeira dos Estados e municípios no início da década de 1990. Mesmo tendo praticamente paralisado seus investimentos na primeira metade daquela década, muitas dessas empresas não conseguiram reordenar suas finanças, razão pela qual não puderam se habilitar a obter financiamentos de órgãos federais, o que levou ao sucateamento de boa parte de suas redes e equipamentos.

Mesmo nos momentos de retomada dos investimentos - como os que estão sendo feitos depois da instituição de um novo marco regulatório para o setor, pela Lei do Saneamento Básico de 2007, e sua regulamentação, no ano passado -, a manutenção dos sistemas existentes não mereceu a atenção dos administradores públicos.

A Sabesp, companhia de saneamento básico de São Paulo, é uma exceção. De 2009 para cá, conseguiu reduzir suas perdas de 32% para 26% e tem como meta reduzi-las para 13% até 2019, quando alcançará o padrão internacional. Ela vende para outros Estados sua experiência na tarefa de reduzir perdas no sistema de água.

No plano federal, começam a ser dados os primeiros passos na área de manutenção das redes e de combate às perdas. O governo pretende criar uma linha de crédito para Estados e municípios interessados em reduzir as perdas. "Nossa preocupação não é só com a execução das obras", disse ao Estado o secretário de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades. "É preciso pensar na manutenção dos sistemas atuais, no dia a dia, na sustentabilidade."

Os números não deixam dúvida quanto à necessidade de se investir em manutenção.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Audiência Pública na Câmara de Vereadores - 16/03 - 16h

O INSTITUTO ECO&AÇÃO, em parceria com o MOVIMENTO COMUNITÁRIO SOS CANASVIEIRAS, solicitou realização de audiência pública junto às casas legislativas estadual e municipal para discutir a vergonhosa situação em que se encontra o Balneário Canasvieiras, com esgoto lançado na praia.

Não dá mais pra esconder que a inércia do Poder Público no saneamento básico local está contaminando toda a Baia de Canasvieiras e os cursos d’água da região.

Na Câmara de Vereadores de Florianópolis-SC, o pedido está nas mãos do vereador Dalmo, que preside a Comissão de Meio Ambiente da Casa. E ele agendou a referida audiência para o dia 16 de março de 2011 às 16h. Nessa oportunidade, será discutida também a situação da Praia dos Ingleses e do saneamento de Florianópolis.

Como se trata de reivindicação sem apelo político-partidário, pedimos a todos os interessados na sadia qualidade de vida das nossas praias que compareçam, convoquem os amigos, a família, o vereador que foi digno do seu voto.

Queremos praia limpa! É para isso que pagamos à CASAN. Mas, se ela não cumpre a sua obrigação, se não recebemos o serviço que deveria ser prestado por ela, queremos nos liberar desse pagamento. É o velho “toma lá, dá cá!”


Ana Echevenguá

quinta-feira, 10 de março de 2011

Casan: maior poluidora da Ilha

O prefeito Dário Berger está disposto a aplicar penalidades mais rigorosas contra a Casan, que continua poluindo as praias da Ilha de Santa Catarina, liberando esgoto de suas estações de tratamento.

O assessor de imprensa da Secretaria da Saúde, Caê de Castro, enviou e-mail dizendo, contudo, que o prefeito nada tem a ver com a briga. Confira: “Caro Moacir,

O Prefeito Dário Berger não tem nada a ver com essa briga com a CASAN, que começou a partir da nota publicada no seu blog nascida de uma breve conversa com o secretário da Saúde da capital, João Candido da Silva.

Desde 2007, quando as ações de vigilância sanitária em Florianópolis passaram totalmente para o controle da Secretaria da Saúde deste município, a mesma tem emitido sistemáticas multas contra a CASAN. Esta é uma decisão meramente técnica. O dr. Candido destaca que se a CASAN não fosse um órgão estatal já teria sido fechada por descumprir a legislação desta área. Jornalista Caê de Castro, Assessor de Comunicação da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura Municipal de Florianópolis”.

quarta-feira, 9 de março de 2011

MUNDO FASHION A PERIGO

Este ano de 2011, definitivamente, não é um bom ano para aqueles que vivem na dimensão ilusória do chamado mundo fashion. Pela ordem, primeiro veio a constatação de que entre as “celebridades” criadas pela mídia amiga (amiga naquele sentido de “eu te cito e tu me convidas para as bocas livres”) havia muito penetra procurado pela polícia (falcatruas, tráfico de drogas, estelionato, essas coisas), “sujando” biografias de famosos, notadamente no litoral catarinense. Depois, um baque sem precedentes na vida mundana: a Daslu foi desmontada de seu famoso prédio, de arquitetura neoclássica, na Marginal Pinheiros, em São Paulo. A Daslu sempre esteve no vocabulário das dondocas ricaças como um sonho de consumo para quem tem muito, muito dinheiro. Daslu é uma forma acoplada de “Das Luluzinhas”. Ou seja, quase um clube prive para mulheres endinheiradas e com cartões de crédito sem limite, bandeira “Dosma”. Dos maridos, claro. Mas a proprietária da Daslu, Eliana Tranchessi, teve de enfrentar uma força tarefa da Polícia Federal e da Receita Federal e a acusação de fraude em importação, formação de quadrilha e falsidade ideológica. Dona Eliana foi presa e condenada a 94,5 anos de prisão, sentença que se encontra em fase de recurso pela defesa. A Receita calculou a fraude fiscal em R$ 500 milhões. A Daslu, hoje, está em fase de desmonte, com muitas consumidoras achando-se órfãs pela perda do point. E, agora, em semana carnavalesca, o sofisticado balneário catarinense Jurerê Internacional começa a ter sua vida noturna contestada pelos próprios moradores do famoso condomínio. A Associação de Proprietários e Moradores de Jurerê Internacional (Ajin) alega que a barulheira das baladas noturnas dos clubes criados à beira da praia acabaram com a qualidade de vida de quem escolheu aquela praia para morar. Os moradores acusam os novos ricos pela modificação do perfil do balneário. A mídia transformou anônimos em “celebridades” instantâneas, bastando apenas ter corpos bronzeados e tatuados, mas Jurerê Internacional, na opinião da Associação de Moradores, é apenas uma praia de ricos e não de multimilionários que lavam os pés com champanhe, circulam de carrões importados e dão R$ 2 mil de gorjeta. Cinco clubes de praia são responsabilizados pela Ajin numa ação na Justiça por ocupação de área pública, poluição sonora e ambiental e licenciamento concedido pelas autoridades sob suspeição.

A DEFESA

Carlos André Motta, diretor do Grupo Habitasul, contesta a tesa da Ajin sobre a queda da qualidade de vida de Jurerê Internacional. Para ele a definição de qualidade de vida é um conceito particular. O que para umas pessoas ficar em casa jogando cartas ou xadrez é qualidade de vida, para outras o bom mesmo é uma balada. Numa entrevista a um jornal catarinense, Motta garantiu que a “excelência na qualidade de vida não se perdeu e nem vai se perder”.

A CRÍTICA

O MPE catarinense abriu inquérito para verificar as alegações da Ajin e o MPF acompanha até mesmo o tratamento de esgoto do balneário (sempre foi um modelo para todos os empreendimentos imobiliários à beira do mar) que pode estar no seu limite de atendimento. Os críticos do que se passa hoje em Jurerê Internacional lutam para que o condomínio volte ao que era antes: um lugar tranqüilo, sem motores potentes roncando pelas aprazíveis ruas identificadas com nomes de habitantes marinhos e com noites sem poluição sonora provocada pelo som de uma música de sonoridade duvidosa.

NO PASSADO

O colunista conheceu Jurerê em 1974. A praia era local de camping dos moradores de Florianópolis que deixavam suas barracas montadas durante a semana, desfrutando da vida calma da praia nos fins de semana. Jurerê Internacional foi tocado e desenvolvido pelo empresário Péricles Druck, considerado um visionário por aqueles que conheceram o projeto imobiliário. A partir dos anos 80, Jurerê Internacional desenvolveu-se com moradores considerados classe A. A badalação e a mídia só chegaram lá muito tempo depois, no início do novo século.

O QUE MUDOU

Jurerê Internacional já teve momentos de total solidão, quando o veraneio terminava em fins de fevereiro, nos seus primórdios. As ruas só sentiam a presença de uma eficiente segurança particular e de algum curioso que queria conhecer aquela miragem na parte norte da Ilha de Florianópolis. Hoje, cinco mil proprietários vivem todo ano no local, alguns são executivos de São Paulo, Paraná e RS que deixam suas famílias por lá e fazem uma ponte aérea para Jurerê nos finais de semana. Eles também não se sentem à vontade com tanto agito criado pelas “celebridades” de verão.

Rogério Mendelski/Correio do Povo

segunda-feira, 7 de março de 2011

Nosso primeiro “Arrastão do Bem”

Ana Echevenguá

Segundo a Sandrinha, “este foi o primeiro de uma série”.

A turma do SOS Canasvieiras cumpriu o prometido: no domingo de carnaval, vestiu a camiseta, foi pra areia da praia e, do Canto das Pedras ao Trapiche, recolheu o lixo jogado no chão e distribuiu panfleto para os banhistas.

Duas horas de alegria, risos, troca de informações, ... Muitos bateram palmas e fotografias, como se estivéssemos na passarela do samba! Muitos manifestaram interesse em ingressar no grupo... e pediram que o evento se repita nos próximos domingos.

“Foram tantas emoções”, como diz o Rei:

- o sol ficou atrás das nuvens, por um bom tempo; a chuva ameaçou, mas não caiu;

- um menino de 8 anos me abordou: “Isso é um protesto. Eu também quero carregar um cartaz junto com vocês!”;

- Vitória e Pietro, também de 8 anos, nos acompanharam até o final. Juntaram muito lixo, inclusive cocos jogados na areia;

- Falcão disse que vai fazer um samba-enredo pro soscanas;

- um turista queria saber qual a parte da praia era própria pra banho porque ele só havia encontrado uma placa em toda a extensão;

- os salva-vidas pediram que deixássemos uma das faixas com eles. A Sandrinha fez isso, ao final;

- o Ricardo me ensinou que uma garrafa de vidro leva 750 anos pra se decompor na natureza;

- a Marisa disse: será que essa gente não entende que o mar devolve a bagana de cigarro porque o mar não é fumante???

Hoje, a Sandrinha desabafou: “Limpamos a areia na ida. Na volta, já estava suja novamente; com os chamados microlixos (bitucas de cigarro, canudinhos, tampinhas, papeizinhos...).

Claro que não deu pra recolher o esgoto jogado na praia, nem os coliformes fecais, ... Mas passamos o nosso recado: queremos a praia limpa!

E vamos lutar pra que isso aconteça agora e não em 2030!

domingo, 6 de março de 2011

Águas Envenenadas

No atual cenário turístico de nossa capital, afetado pela total insegurança, trânsito caótico e ruas esburacadas, sobressai o violento desequilíbrio ambiental, com incalculáveis prejuízos. O foco central, lembrando apenas um caso de política doméstica, deve ser a avaliação dos perigos que implicam as constantes rupturas das escuras águas do Rio do Braz, trazendo um cheiro insuportável, já que situado entre as praias de Canasvieiras e Cachoeira do Bom Jesus, das mais frequentadas por turistas. Daí surge grande impacto negativo na área socioambiental: poluição das águas do mar, contaminação da qualidade da areia e do ar, comprometimentos extremos, com esgoto in natura, com coliformes fecais visíveis.

Na realidade, a água do mar, neste recanto dito paradisíaco, mistura-se com o lixo e dejetos. Em dias de chuva é uma verdadeira fossa a céu aberto. Imagina-se o quanto de doenças não deve provocar e quantas crianças não são infectadas com viroses, num flagrante desrespeito à cidadania. O problema existe há muito tempo, sendo caso de saúde pública número um. E não é ruim só para os turistas, atinge também os comerciantes, os frequentadores do trapiche e mesmo aqueles que costumam praticar esportes no local. Torna-se um ambiente péssimo para todo mundo.

Verdadeiro absurdo. E instituição ou órgão ambiental algum se preocupou em solucionar o descalabro. Várias denúncias de contaminação do rio foram feitas, sendo que, para seu conforto, as autoridades corresponsáveis subdimensionam os graves danos ambientais. E olha que o meio ambiente foi elevado à categoria de bem de uso comum a todos, essencial à sadia qualidade de vida. É, enfim, a verdadeira decomposição de quaisquer princípios éticos, carência absoluta de autoridade e humanização das pessoas, na constatação da sabedoria popular.

VOLNEI CARLIN* | *DOUTOR EM DIREITO, DESEMBARGADOR APOSENTADO

quarta-feira, 2 de março de 2011

Venham pro nosso “Arrastão do Bem”!

No próximo dia 06 de março, Domingo de Carnaval, o Movimento SOS Canasvieiras vai às ruas fazer um “Arrastão do Bem”. Num clima de alegria e descontração, o grupo fará um trabalho de limpeza e conscientização, com coleta de lixo e distribuição de panfletos.

A concentração será às 10hs, no Capitão do Mar, o barzinho do Jorge e da Neuzinha, que fica na areia da praia, próximo ao Riacho Beatriz.

Canasvieiras vive um momento crítico. E carece de cuidados urgentes. A falta de tratamento de esgoto – somada ao descaso dos governantes e da CASAN - está afetando diretamente a saúde dos usuários da praia. Em janeiro, após a chuva que alagou o balneário, foram mais de 15 mil casos de “virose”, provocada por coliformes fecais.

Ou seja, está mais do que comprovado que tem cocô e xixi na água e na areia! E não dá mais esconder isso debaixo do tapete!

Um dos objetivos do SOS Canasvieiras é chamar a atenção da mídia para este problema de saúde pública. E, desde março de 2010, várias reportagens foram feitas, mostrando um pouco da realidade local.

Também levou o caso às autoridades competentes. O Ministério Público Estadual foi um dos primeiros a cumprir seu papel: instaurou um inquérito civil para apurar as ilegalidades noticiadas.

Quem não entende, acha que o Movimento, ao discutir os problemas que o balneário experimenta, poderá falir a indústria do turismo.

Ao contrário, queremos defender e preservar as riquezas naturais de Canasvieiras, para atrair cada vez mais turista. Afinal, é este que gera emprego e renda na Ilha.

Por isso, queremos que nossos governantes cumpram suas obrigações e entendam que preservar é preciso! Queremos saneamento básico! Queremos praia limpa!

Portanto, junte-se a nós! Abrace essa causa! Adquira sua camiseta no Mercado Jardim, do Seu Chico. Visite nosso blog - http://soscanas.blogspot.com - e página do Facebook.

Enfim, faça parte desse grupo de voluntários apaixonados por Canasvieiras e que está lutando para garantir a sadia qualidade de vida, um direito que está nas linhas e entrelinhas da nossa Constituição Federal e Estadual.


Por Ana Echevenguá.

Pontos impróprios para banho em Canasvieiras estão mal indicados

Fonte: Notícias do Dia

Pontos impróprios para banho em Canasvieiras estão mal indicados

Maioria dos banhistas não sabe que água está contaminada porque placas que indicam condição ficam escondidas

Com pelo menos três pontos considerados impróprios para banho pela Fatma (Fundação do Meio Ambiente), Canasvieiras também sofre com o lixo e com moradores de rua, que dormem pelas praças, prédios abandonados e até mesmo na orla. A demarcação dos pontos onde há presença de coliformes fecais, porém, não está muito à vista. Pelo menos duas das placas estão parcialmente ou completamente escondidas.

Cemilda Duarte, 44 anos, que aluga cadeiras e guarda-sóis há 11 anos, mora na localidade desde que nasceu e diz que o problema da poluição piora a olhos vistos conforme passam as temporadas. “Quando eu furo a areia para colocar o guarda-sol sinto o cheiro de fezes e urina”, diz a comerciante. Por conta de uma das placas ter sido posta em frente ao ponto onde trabalha, ela diz que o movimento vem caindo.

Contudo, todos os entrevistados na manhã de sábado, que tomavam banho em frente às placas que assinalam as más condições da água, diziam não saber que se trataca de um ponto impróprio para o banho. Esse foi o caso do turista Felipe Brum, 31, técnico em geoprocessamento, que tomava banho quase que em frente a uma dessas placas. “Não havia visto a placa antes, só agora, até porque ela está encostada na parte de trás de uma barraca, não dá para ver da praia. Mas vou mudar de lugar agora que a vi”, disse ele.

O uruguaio Javier Hernandes estava na mesma situação. Este é o sétimo verão que passa em Canasvieiras, mas mesmo assim ficou alarmado com o fato de aquele ponto estar contaminado. “Acabamos de chegar, geralmente tomamos banho mais perto do hotel Lexus, acho que lá é mais limpo”, relatou. Contudo, o ponto referido por Javier também está poluído.

“Três equipes da Comcap (Companhia de Melhoramentos da Capital) passam pela praia recolhendo lixo, mas não adianta, a quantidade de sujeira é demais”, contou o gari que estava limpando a praia no momento, Leandro Bochilof. Segundo ele, o problema é que "as pessoas vêm para a praia fazer festa e esquecem que o que trazem não volta sozinho".

Segundo o médico Mário Mussi, o risco direto das bactérias conhecidas como coliformes fecais são infecções gastrointestinais, mas se o problema não for tratado essa infecção pode evoluir para um capticemia ou até mesmo amorte.

terça-feira, 1 de março de 2011

Entrevista: Ana Echevenguá, do Instituto Eco&Ação

Fonte: Portogente

“Estão matando a galinha dos ovos de ouro”, reclama ambientalista sobre poluição no litoral catarinense

Vera Gasparetto
de Florianópolis/SC


Portogente repercutiu com Ana Echevenguá, advogada ambientalista e coordenadora do Instituto Eco&Ação, a situação da balneabilidade das praias do litoral de Santa Catarina, mais especificamente de Florianópolis, e o papel do poder público em pensar políticas públicas sobre o turismo. “Estão matando as galinhas dos ovos de ouro”, diz ela.

Portogente – Qual a sua opinião sobre as políticas públicas de turismo em Florianópolis nesse momento de alta temporada?
Ana Echevenguá - Não consigo vislumbrar qualquer política pública nesse sentido. Vejo investimento em publicidade para chamamento do turista, mas não investimento em infraestrutura básica para recepcionar o turista.

Portogente – Na sua visão estão corretas as prioridades da gestão do turismo em Florianópolis?
A prioridade do turista, e também do nativo, é a saúde, a qualidade de vida. Após a enchente de janeiro de 2011, Canasvieiras (Norte da Ilha) teve 15 mil atendimentos médicos devido à virose provocada pela água imprópria para banho, diagnosticada nos seis pontos monitorados pela Fatma.
O turista vem pra cá e quer sombra e água fresca... Cortaram nossas árvores e poluíram a água. Estão matando a galinha dos ovos de ouro.

Portogente – Sobre o turismo e a situação da balneabilidade das praias de Florianópolis, quais deveriam ser as providências do poder público?
Eu vejo isso como um caso de saúde pública que exigiria a interdição das praias impróprias para banho. Temos um documento público, elaborado por um órgão estatal comprovando a falta de balneabilidade da praia. Esta é prova suficiente para impedir o acesso a ela. Mas, ao contrário, ainda chamam mais pessoas, com propaganda enganosa, para ocuparem esse espaço insalubre. Então, curto prazo: rescindir o contrato com a Casan e provocar um processo de licitação. Médio prazo: começar a despoluição da água e solo. Longo prazo: investir em educação ambiental para que cada contribuinte seja fiscal do saneamento básico.

Portogente – Qual deve ser o papel do movimento ambiental para buscar o equilíbrio entre turismo e meio ambiente?
A indústria do turismo, assim como qualquer outra, deve agir pautada pelas regras da sustentabilidade, porque o meio ambiente é nosso, é de todos. O movimento ambiental, como a sociedade civil, deve se organizar para exigir o seu direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado porque este garante a nossa sadia qualidade de vida.