sexta-feira, 29 de abril de 2011

Nota Zero

Para as entidades convidadas à audiência pública que iria discutir a municipalização das rodovias estaduais localizadas em Florianópolis, quarta, na Câmara de Vereadores. Segundo o vereador Celson Sandrini (PMDB), foram chamados o Deinfra, prefeitura, Infraero, Acif, Polícia Rodoviária Estadual, empresas de transporte coletivo e associações de moradores do Pântano do Sul, Campeche, Morro das Pedras, Areias do Morro das Pedras, Tapera, Ribeirão da Ilha, Alto Ribeirão e Rio Tavares. Só compareceram Cedenir Silva e Joaquim Aguiar, do Rio Tavares e do Alto Ribeirão. Pra reclamar tem um monte, mas na hora de ajudar...

Fonte: Diário Catarinense

quinta-feira, 28 de abril de 2011

A farra da ignorância

Todos os anos, Santa Catarina e os catarinenses são humilhados pela abominável prática da farra do boi. Contrariando a lei e a ética, a farra é um espetáculo patético e degradante, que vai empurrando e confinando seus adeptos em bolsões de ignorância, nos quais a vítima não é apenas o boi. O próprio farrista, ainda que não o saiba, também é vítima. É vítima de uma das piores educações do mundo; do ensino público sem qualidade, onde a educação não diferencia cultura de barbárie e, portanto, não é libertadora.

É vítima da omissão da Igreja Católica, que não se manifesta de forma clara e firme, condenando uma prática que tortura um dos animais que aqueceram Jesus na manjedoura. Talvez por medo de perder os fiéis para as igrejas evangélicas.

É vítima de pseudoestudiosos, que editam livros teorizando que a farra não é movida pela violência, ainda que o animal termine em uma massa ensanguentada. É vítima de políticos anacrônicos, que garantem votos financiando a farra nos seus currais eleitoreiros.

É vítima, ainda, da hipocrisia de pessoas que os incitam, alimentando a rejeição aos cidadãos de outros estados da União, em áreas pobres, onde a riqueza vem de fora. É mais barato dar um boi para a farra na Semana Santa do que pagar melhores salários o ano inteiro.

Se o farrista fosse um pouco mais esperto, saberia que é com ele que a ignorância faz a sua farra.

Na farra do boi, todos perdem. Só ganha quem vende a “pinga”.

MARIA DA GRAÇA DUTRA
DIRETORA MUNICIPAL DE BEM ESTAR ANIMAL DE FLORIANÓPOLIS

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Compareça!

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domingo, 24 de abril de 2011

A que ponto chegamos.

Em reportagem veiculada no Jornal do Almoço do dia 23 de abril (sábado) (aos 29 minutos do vídeo), o repórter Naim Campos apurou números assustadores para os moradores de Canasvieiras. De acordo com a reportagem, no mês de abril, em 23 dias foram 36 casas arrombadas. E desde o começo do ano, foram 240 ocorrências.
O absurdo é tão grande que no caso relatado pela reportagem, a vítima residia na mesma quadra do posto policial, que depois da temporada está abandonado. E ela ainda agradece ao bandido, que não fez qualquer tipo de violência.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Exemplo de mobilização comunitária

Fonte

Prédio vai abrigar creche
Assembleia vai devolver imóvel, e prefeitura comprometeu-se a reformá-lo

O prédio da Escola Estadual Celso Ramos, na Prainha, Centro de Florianópolis, vai ser transformado em creche. Ontem, o presidente da Assembleia Legislativa, Gelson Merísio (DEM), atendeu à solicitação da comunidade e voltou atrás na decisão de usar o espaço para acomodar setores administrativos. Hoje, o presidente deve revogar o decreto de doação do terreno, feito pelo governador Raimundo Colombo.

Ontem, líderes das comunidades da Mariquinha, Queimada, Mocotó, Jagatá e Bode reuniram-se com Merísio. O secretário de Educação de Florianópolis, Rodolfo Pinto da Luz, e o vereador Renato Geske (PR) foram impedidos de participar do encontro.

Merísio apresentou duas propostas. A primeira era repassar R$ 8 milhões à comunidade, para construir creches e centros de esporte, e permitir o uso do espaço para abrigar uma creche até que as obras do novo centro educacional fossem concluídas. A outra seria a revogação do decreto. Eles tinham até 28 de abril para decidir.

Mas, assim que Merisio deixou a sala, Pinto da Luz aproveitou para comprometer-se, em nome da prefeitura, a reformar o prédio. Os líderes resolveram, então, ficar com o imóvel.

– Mas queremos a contrapartida do governo do Estado para que seja construído um Centro Esportivo na Prainha – disse o líder do Mocotó, Carlos Henrique Bittencourt.

O secretário garantiu que a prefeitura fará duas reformas na creche e que há dinheiro para a obra.

– Assim que o Estado transferir o terreno, em 15 dias vamos adequar a estrutura e trazer as 115 crianças da creche Santa Terezinha. Depois, vamos fazer uma reforma completa para que o espaço atenda 500 crianças – comprometeu-se o secretário.

DAYANE NUNES

Campeche se mobiliza contra a destruição!

Fonte

De repente, desde há dois anos, a praia do Campeche se encheu de gente sarada, adepta do frescobol. Mas não aquele jogo delicioso, que se joga relaxado, brincando. Não! É um frescobol de força, vitrine de bíceps, bundas duras, corpos bronzeados. Gente muito “bem nascida”, criada a Toddy. Nada contra que eles estejam no Campeche, afinal, a praia é pública. Mas, o tal do “point”, chamado de “riozinho” foi uma invenção, destas que se cria a cada verão. A mídia encontrou ali um filão, um lugar privado que se dispunha a ganhar dinheiro dos graúdos da cidade, e decidiu apostar na ideia. Então, de velhas e conhecidas bocas alugadas começaram as loas ao lugar. “Melhor pico do verão”, “espaço de natureza exuberante”, “lugar propício para as crianças”. E assim foi, dia após dia, na RBS TV, e nos demais veículos do mesmo grupo, praticamente monopólico na cidade.

Estava em andamento uma agressiva campanha de ocupação dos espaços do Campeche. Este era um bairro que ainda resistia aos ataques dos grandes empreendimentos, porque ancorado num forte movimento popular e comunitário. Mas as terras do sul estavam sob o olhar guloso de empreiteiras e grandes especuladores. A campanha midiática deu resultados. Os granfinos vieram para o “paraíso”, a praia, e, pouco a pouco começaram a pipocar os empreendimentos de luxo, com toda a sorte de irregularidades e desrespeito ao modo de vida escolhido pela comunidade.

Com a ascensão do moderno espaço do “riozinho”, veio também a guerra contra o tradicional, apontado como velho, ultrapassado, e até ilegal. As “autoridades ambientais” passaram a questionar a presença do Bar do Chico na praia, e usavam como argumento o fato de ele estar em cima das dunas, portanto, “destruindo a natureza”. Mas, enquanto se travava na Justiça a batalha para destruir o bar que era espaço comunitário, patrimônio cultural, as grandes construções começaram a ser erguidas, muitas delas também sobre as dunas, como é o caso da casa do tenista Guga. Só que estas não eram questionadas.

Assim, a comunidade passou a se mobilizar para defender o bar, e muitas manifestações foram feitas. Aconteciam reuniões, encontros, mobilizações. O bairro fervia na tentativa de barrar o absurdo. Afinal, o bar praticamente estava incorporado à natureza desde os anos 80 e era parte da vida das gentes, nas festas populares como o carnaval e nas religiosas, como a Páscoa e o Natal. Pois, o Bar do Chico foi o bode na sala. Enquanto as forças vivas do bairro andavam as voltas com documentos e reuniões, a mídia incensava as belezas do lugar e os empreiteiros erguiam seus condomínios de massa.

Numa triste manhã chuvosa as máquinas derrubaram o Bar do Chico e, aturdida, a comunidade viu que, bem ali, em frente ao bar, estava um condomínio gigante pronto para privatizar as dunas com um “belo” deck, onde antes estava o tradicional espaço comunitário. E mais, por toda a parte surgiam novos outros condomínios, bate-estacas, rebaixamento de lençol freático, ilegalidades. Tudo sob o beneplácito da lei. Ou seja, a questão do bar do Chico não era sua ilegalidade, já que tem dezenas de construções ilegais na praia. Era uma derrubada política, uma rasteira na história da comunidade.

O bairro cresceu vertiginosamente sem que crescesse com ele a estrutura para manter a qualidade da vida, tão típica do lugar. Sem mobilidade, sem rede de esgoto, a vida começou a deteriorar. Pessoas inescrupulosas e sem qualquer compromisso com a natureza passaram a também cometer sua fatia de ilegalidade e, com as obras da Casan para a implantação do esgoto, ligaram seus esgotos a rede pluvial, fazendo com que os dejetos começassem a correr para o mar e para os rios que ainda vivem no Campeche.

Mas todas estas coisas não aconteceram sem luta. Desde os anos 80 que a comunidade se organiza e mantém uma série de movimentos na defesa do seu modo de vida. O lixo, o esgoto, a cultura, o Plano Diretor, em todas as áreas tem gente se mexendo. A Associação dos Moradores do Campeche, com a ação vigilante de seu presidente, Ataíde Silva, tem feito um trabalho gigantesco de levantamento de dados, de fotografia, de fiscalização. Cada denúncia de esgoto sendo lançado na rede pluvial é investigada e canos são lacrados quase que diariamente. Há um batalhão de pessoas atentas, discutindo, propondo, e lutando. Este é um trabalho cotidiano. Há mais de cinco anos, os representantes destas entidades se reúnem, religiosamente, todas as segundas-feiras, no Clube Catalina. Ninguém nunca esmoreceu na batalha pela vida digna, por um lugar preservado e de qualidade.

Este ano, de novo, promovido pelo mesmo jornalista que criou o “point” do riozinho, o lugar foi palco de um show internacional, dentro da lógica dos mega-shows. A comunidade reagiu, como sempre fez quando a vida por ali é ameaçada. Ainda assim coisas “mágicas” aconteceram como, por exemplo, a empresa conseguir licenças ambientais em tempo recorde. Na verdade a magia foi feita pelo vice-prefeito que liberou o show e assumiu todos os riscos. Ou seja, seguindo o padrão de “para os ricos, tudo”, a prefeitura afrontou os movimentos populares e abriu as dunas para a destruição. Tripudiando não fez um, mas dois shows.

O Rio do Noca tem história

Pois agora, como se a comunidade do Campeche fosse formada por um bando de imbecis e incapazes, a mesma criatura midiática inventou de comandar um projeto de “salvamento do riozinho” que, segundo ele, estaria correndo o risco de estar poluído. Um evento, apenas, sem qualquer compromisso com a luta de décadas. Em primeiro lugar, aquele não é um “riozinho” sem identidade. É o Rio do Noca, que tem uma história de ligação visceral com a gente deste lugar como bem define o morador do bairro, Adir Plácido Vigânigo: “... O Rio do Noca como foi denominado pelos moradores nativos do Campeche há quase um século, precisa ser cuidado com muito respeito. Pois nele, muitos pescadores aprenderam a remar nas canoas de remo de voga, muitos aprenderam a nadar (entre elas eu), muitas mulheres lavaram roupa, muitos campistas banharam seus filhos, beberam sua água, muitos agricultores deram de beber a seus animais. Nosso Rio do Noca tem história. Não essa história que estão tentando contar, a da faixa de areia que é atravessada pelo Rio e chega ao Mar. O Rio do Noca na praia do Campeche define o limite da pesca da Tainha entre a rede do Seu Chico (Francisco Daniel) e a rede do seu Aparício e Getúlio (antes rede do seu Deca). Ele sempre serviu de referência de localização para os moradores. Quem conhece nossa História não esquece das frases: "acima ou abaixo do Rio", "na boca do rio", "até o rio, etc..”.

Este depoimento repleto de paixão e conhecimento é decisivo para mostrar que nesta comunidade ninguém vai se arvorar em dono do rio, muito menos o nomeará como querem os empreiteiros, assim, de forma impessoal, como se fosse um adorno, um produto, pronto para ser comprado ou vendido. O rio que corre para o mar ali na praia do Campeche sempre foi defendido e cuidado pelo povo do bairro, pelo menos o povo que realmente se importa com a vida, com a história e que sabe que tudo aquilo que se faz a terra, faz-se ao filho da terra. Não há como separar a natureza do homem.
Janice Tirelli, do Núcleo Distrital do Campeche, acerta no ponto quando diz: “Vale lembrar que quem estragou o Rio do Noca foi quem fez dele o seu instrumento de ganância sem pensar nas consequências. Para o capital imobiliário é importante um movimento de revalorização da área do rio, porque ele carrega todos os negócios sustentados na sua propaganda que podem cair ante a concorrência com a nova imagem de poluição e fedor na praia”.

Contam os surfistas locais que, entre eles, desde há anos chamam o rio do Noca de “riozinho”, mas segundo eles, não tem o caráter depreciativo ou diminutivo. É apenas carinho. Coisa que não se pode dizer dos que promovem o pico na mídia local.

A comunidade está atenta. As pessoas que estão em luta há décadas pela qualidade de vida no Campeche nunca deixaram um dia sequer de denunciar, fiscalizar e propor saídas para o processo de destruição que o progresso capitalista traz. Por isso, essa campanha que figuras estranhas ao bairro querem fazer de “SOS Riozinho” não encontra qualquer sentido. No Campeche não há nenhum “riozinho”. Há cursos de água com nome e sobrenome, ligados a história deste lugar e que são defendidos com unhas e dentes por aqueles que ali vivem e amam. No Campeche trava-se uma feroz batalha contra os que insistem em destruir e transformar o lugar em espaços desumanos e impessoais.

E justamente porque a batalha é renhida que ninguém despreza novos integrantes que queiram fazer luta conjunta, como explica Janice Tirelli: “Os que querem uma boa causa, que se integrem a essa que tem sua raiz na comunidade, que tem o argumento forte de quem conhece o lugar porque é parte de sua historia – não apenas os nativos, mas todos os que apostaram no espaço coletivo aqui no Campeche. Não nos peçam apoio. Ao contrário, entrem com o seu apoio na defesa do Plano Diretor Comunitário que, se aprovado, evitará que o estrago seja maior”.

É isso. Não passarão!

sábado, 16 de abril de 2011

terça-feira, 12 de abril de 2011

Menos de 1% das multas do Ibama são quitadas

MENOS DE 1% DAS MULTAS DO IBAMA SÃO QUITADAS

RELATÓRIO MOSTRA QUE MENOS DE 1% DAS MULTAS APLICADAS PELO IBAMA SÃO PAGAS

Autor(es): Andrea Vialli
O Estado de S. Paulo - 11/04/2011


Documento do próprio órgão indica que apenas 0,75% das autuações foram pagas entre 2005 e 2010; nº de multas e valor em reais vêm caindo ano a ano; Ibama culpa demora de processo administrativo de apuração e uso de "laranjas", que inviabiliza cobrança

Menos de 1% do valor das multas aplicadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por infrações ambientais chegam efetivamente aos cofres públicos, aponta relatório do próprio órgão obtido pelo Estado. O documento traz um panorama das autuações feitas entre 2005 e 2010. O porcentual médio de multas pagas no período foi de 0,75%. No ano passado, o índice foi ainda menor - apenas 0,2%.

Os dados mostram ainda que o número de multas aplicadas caiu 42% no período - de 32.577 multas em 2005 para 18.686 em 2010, bem como os valores relacionados a essas multas. A maior parte das autuações está associada a crimes contra a flora, o que inclui desmatamentos, queimadas e venda de madeira ilegal.

Há ainda Estados com autuações bilionárias. É o caso do Pará, que desde 2005 encabeça a lista de recordistas em multas por infrações ambientais. Só em 2010, o valor das autuações soma R$ 1,02 bilhão. Mato Grosso vem em segundo lugar, com R$ 376,5 milhões em 2010.

O baixo porcentual de multas efetivamente pagas reflete, segundo o próprio Ibama e especialistas, a complexa tramitação dos processos de apuração de infrações ambientais. "O processo administrativo de apuração de infração ambiental não tem o poder de, per si, garantir o pagamento de multa", explicou o Ibama em nota ao Estado.

A legislação atual prevê a inscrição de devedores no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin) e a inscrição de débitos na Dívida Ativa da União, em procedimento de execução fiscal exercido pela Advocacia-Geral da União. Para chegar a tanto, o processo passa por duas instâncias de julgamento. Antes de 2009 - quando deixou de existir a possibilidade de recurso final ao Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) - os processos chegavam a voltar até oito vezes ao órgão ambiental.

Por outro lado, segundo o Ibama, os processos de autos de infração referentes aos crimes de desmatamento são de tramitação mais complexa, pois envolvem altos valores de multas e frequentemente são contestados na Justiça. "Esses processos refletem também a ordenação fundiária da Amazônia Legal, com implicações na confirmação de autoria da infração ambiental", afirma a autarquia.

"A quantidade e os valores das multas são proporcionais às regiões onde ocorrem mais desmatamentos e onde as fiscalizações têm sido mais intensas", avalia Brenda Brito, pesquisadora do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). A entidade realiza estudos desde 2004 na Amazônia que confirmam o baixo pagamento das multas ambientais. "Na melhor das hipóteses, a arrecadação das multas chega a 3%", diz.

Laranjas. Além dos aspectos burocráticos, o alto índice de multas não pagas é fruto também da informalidade em que operam muitas empresas, especialmente na Amazônia Legal. "Em Estados como o Pará, é comum empresas serem abertas por "laranjas". Uma vez multadas, essas pessoas jurídicas não possuem bens nem recursos, então a multa nunca chega a ser paga", explica Ubiratan Cazetta, procurador do Ministério Público Federal (MPF) no Pará. "Essas empresas de fachada são propositalmente criadas para serem carregadas de multas."

A queda no número de multas ambientais de 42% entre 2005 e 2010 não aponta, necessariamente, para a diminuição real das infrações ambientais no País. Segundo o Ibama, "houve uma mudança de estratégia, que trouxe redução do número de autos de infração, porém resultou em multas mais elevadas", afirma a nota. "O Ibama deixou a rotina de fiscalizar cada localidade para concentrar energia no combate a grandes desmatadores e a ilícitos ambientais de maior abrangência identificados por meio do cruzamento de imagens de satélite com informações sobre as frentes de desmatamento na Amazônia e demais biomas."

Para Brenda Brito, do Imazon, a diminuição da quantidade de multas não é ruim. "O foco nos grandes infratores dá resultado, assim como a apreensão de materiais, como madeira ilegal", diz. No entanto, ela avalia que não basta multar. "Emitir multa é importante, mas não deve ser a principal estratégia de combate aos crimes ambientais", avalia a pesquisadora. "É preciso investir mais em prevenção do desmatamento e em medidas como embargo das áreas onde ocorreram as infrações e sanções de crédito aos desmatadores", aponta.

Vigilância. Outra saída para a redução dos crimes ambientais é a vigilância do mercado, na avaliação do procurador do MPF no Pará. Foi o que aconteceu com a cadeia da pecuária no Pará, em 2009. Após a atividade ser apontada como o principal vetor de desmatamento na Amazônia, supermercados, frigoríficos e pecuaristas firmaram um Termo de Ajuste de Conduta (TAC). Os frigoríficos se comprometeram a só comprar gado de pecuaristas com a situação fundiária regularizada, inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR).

O resultado foi uma explosão no número de propriedades rurais cadastradas, que é o primeiro passo para a regularização ambiental das terras. Em 2007, apenas dez propriedades do Pará estavam inscritas no CAR. Hoje, são 52 mil. "A combinação de ações mais efetivas de fiscalização com um esforço para regularizar o setor produtivo é o caminho mais eficiente para a redução de crimes como o desmatamento", resume Cazetta.

PARA LEMBRAR

Ministra pode adiar punição a infrator

Contrária ao projeto do Código Florestal que tramita na Câmara, a ministra Izabella Teixeira admitiu a prorrogação de um decreto que determina o início das autuações dos fazendeiros que não estiverem em conformidade com a lei. A norma deve entrar em vigor no dia 11 de junho, mas o governo quer ganhar tempo para negociar mudanças no texto do projeto que altera o Código Florestal.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

TURISTA PREOCUPADO

HOLA SOY DE BUENOS AIRES ARGENTINA Y HACE 15 AÑOS QUE VIAJO A LA ISLA...
ESTE ULTIMO AÑO EN CACHOEIRA DONDE ALUGO SIEMPRE LAS PLAYAS ESTABAN SIEMPRE CON FEO OLOR , SUCIAS Y ENCIMA MUCHA GENTE SE ENFERMO CON UN VIRUS PROVENIENTE DEL AGUA DEL MAR.
ESTOY PREOCUPADO EN SABER SI ES VERDAD QUE LOS RESIDUOS
(LIXO) DE LOS BANHEIRO VAN AL MAR O VAN A LA CLOACA ..
SI LOS ARROJAN AL MAR LAS AUTORIDADES DEBEN SABER QUE PERDERAN TODO EL TURISMO Y NOSOTROS PERDEREMOS UN LUGAR QUE AMAMOS COMO A LA GENTE QUE HABITA ESE LUGAR.
BUENO GRACIAS EXITOS EN SU LABOR Y A SU DISPOSICION PARA COLABORAR DESDE ACA.

DIEGO

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Desabafo II

boa tarde, eu que fico agradecido por ter um espaço aonde o grande grupo de argentinos que nos apaixonamos ha tantos anos pelas belisimas praias de Floripa, agora estamos assistindo ao vivo como elas vao morrendo sem que as autoridades ou os grandes grupos de Imobiliarias e construtoras que lucraron e continuam lucrando mas sem ligar no mas minimo para a contaminaçao.
Gente, o problema e SERIO, tenho um monte de gente que falei nestes ultimos anos que antigamente curtian ferias lá, que agora depois que as crianças deles ficaram doentes; nem querem pensar em voltar para Floripa.
Obrigado e estou a disposiçao para organiçar o pessoal daqui para eles se unir ao blog e tomara, assim todos unidos: aqui nao tem essa de argentinos ou brasileiros ou uruguaios, ou aposentados, ou rapaz, ou crianças: TODOS tiramos ferias lá, todos amamos Floripa, e todos juntos vamos conseguir mudar a triste realidade de hoje.
Pode colocar meu relato no blog, sim !!!
Abraço

Ariel Percuco

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Casa cheia

Diário Catarinense, 7 de abril de 2011, página 49

Sérgio da Costa Ramos

Casa cheia

Com sérios problemas de gestão e uma atuação paradoxal – em Canasvieiras, ao invés de “sanear”, a Casan polui –, a estatal da água tem mais diretorias do que o Partenon colunas. O governo cortou quatro “diretorias regionais”, mas ainda restam 12 diretorias corporativas.

Dava um time de futebol inteiro, mais um banco de cinco reservas.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Desabafo de um hermano

Oi, antes do que nada tenho que pedir desculpas pelos erros na escritura porque nao sou brasileiro, sou argentino e meu nome è Ariel Percuco tenho 41 anos; sou da Argentina e moro com minha esposa Lina e Priscila, a filha em Buenos Aires.
rimeiramente gostarìa de dizer que nòs AMAMOS BRASIL E ADORAMOS FLORIANOPOLIS, tanto assim que temos planos de morar là em algum momento. Todos os veroes tiramos ferias no Norte da Ilha, como uma grande quantidade de argentinos, muitos amigos ou familiares nossos formam parte de esa grande quantidades e o comentario hoje em dia è o mesmo: a grande preocupaçao pela contaminaçao e poluiçao das praias.
Como voce bem diz, e surpreendentemente pior a situaçao de 5 anos para cà, especialmente dos últimos 3 anos.
Aquela beleza que nòs apaixonou hà 20 anos quando fui pela primeira vez foi desaparecendo com a construçao dos condominios que denominan "pè na areia", ou "de frente para o mar", que tirarom aquelas casinhas a beira da Praia principalmente em Cachoeira, e agora a construçao indiscriminada de condominios que agora a construtoras para tirar um pouquinho de culpa protegem a restinga da Praia e com isso pensam :"Pronto, ja fizemos a nossa parte e colaboramos com a natureza".
Este ano tiramos muitas fotos do desborde do Rio Braz ao lado do trapiche de Canasvieiras, da sujeira e dos esgotos saindo para a Praia, e uma coisa que chamo a nossa atençao: vimos muitas lixeiras sem sacolas e pior ainda, sem recolher o lixo, quando antigamente daba para ver muitos recolhedores de lixo vestidos de bermuda verde uma ou duas vezes ao dia.
Alem da nossa preocupaçao pela poluiçao, queríamos comentar que voces jà devem ter notado que muita, mas muita gente menos de Argentina estao indo para là è nao se enganem: nao è somente pelo cambio que è desfavoravel agora para nòs, o outro motivo è essa sujeira è os esgotos diretamente na Praia. Muitos argentinos donos de apartamentos comprados nos anos 90 jà nao curtem ferias là porque alugam para turistas, mas èles vao para outros locais, seja no Brasil ou mesmo na Argentina.
Este ano limos no Diario Catarinense e assistimos os jornais na tv : RBS, BAND, BARRIGA VERDE etc, que este verao quase 1000 pessoas foram atendidas por ter entrado em contato com a escherichia coli, que causa diarreia, vómitos, dores abdominais e outras doenças que vem da agua contaminada com esgoto , e daqui a pouco principalmente na area do rio Braz o problema vai piorar: tem o Aguas Vivas acho que è o nome que vai ter lanzamento no verao que vem, e o outro condominio que vai se construir Aguas da Cachoeira, ao lado do outro.
Como diz o Prof. James Pizarro: Estao matando a galinha dos ovos de ouro.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Convite

O Presidente da Comissão de Economia, Ciência, Tecnologia, Minas e Energia,
Deputado José Milton Scheffer,
atendendo ao requerimento da senhora deputada
Angela Albino,
convida para participar da Audiência Pública na qual será discutido
O ANDAMENTO DA CONSTRUÇÃO DA ARENA MULTIUSO DE FLORIANÓPOLIS,
a realizar-se no dia sete de abril de dois mil e onze (07/04/2011), às 14h, no Plenário Osni Régis.

domingo, 3 de abril de 2011

Pequeno, bonito e mais barato

Publicado em: 28/01/2011

Jornal O Estado de São Paulo

Houve tempo em que se popularizou a expressão “small is beautiful” (o pequeno é bonito), que pretendia demonstrar, principalmente na área ambiental...

Não é muito diferente na área do saneamento, onde mais de 50% da população (mais de 107 milhões de pessoas) continuam sem rede coletora de esgotos; menos de 30% dos esgotos coletados são tratados; e quase 40 milhões de pessoas não recebem água tratada em suas casas (Gesner de Oliveira, presidente da Sabesp, 2011) – com graves conseqüências também na área de saúde, onde as doenças veiculadas pela água são a principal causa de internações e consultas na rede pública, e na dos recursos hídricos, onde o despejo de esgotos sem tratamento é a principal causa de poluição. Mas nem se acena com qualquer possibilidade próxima de solução, pois se argumenta que, para universalizar o atendimento na área, serão necessários megainvestimentos de R$13,5 bilhões por ano durante 15 anos (Folha de S. Paulo, 7/1). Ou R$255 bilhões, segundo a Sabesp.E ainda é preciso lembrar que os investimentos pelo PAC nesse setor - de 4 a 6 bilhões de reais por ano - não têm chegado nem à metade do planejado.
Talvez seja a hora de relembrar, então, que, dada a urgência de soluções para a sociedade, o pequeno pode ser bonito – e muito mais rápido. Começando pelo saneamento. Brasília é hoje a capital com maior índice de coleta de esgotos, acima de 90%, graças ao sistema condominial, criado pelo pernambucano José Carlos Mello e introduzido na cidade no início da década de 90. Que, eliminando, nas quadras internas em áreas de expansão, a maior parte das caríssimas redes coletoras de grandes manilhas de concreto, conseguiu ali, com enorme economia, chegar bem perto da universalização. No Brasil, já existem cerca de 5 milhões de pessoas beneficiárias do sistema, além de um milhão no Peru. Mas continua muito forte a resistência das empresas estatais a adotar esse caminho e restringir megaobras.
Não é a única solução de menor porte. A própria Agência Fapesp, junto com o Instituto de Geociências da USP, desenvolveu modelo eficiente de fossas sépticas para comunidades de menores recursos, capazes de degradar a matéria orgânica nos esgotos e dar tratamento adequado ao nitrogênio, que costuma permanecer durante décadas nas águas próximas das fossas convencionais (e 75% dos municípios paulistas já usam águas subterrâneas) . Com a vantagem de que as fossas podem ser implantadas por qualquer pedreiro, a custo baixíssimo (Agência Fapesp, 27/8/10). No Paraná, onde 57,9% das cidades não dispõem de redes de coleta de esgotos (Ambiente Brasil, 27/12/10), também se começa a implantar “estações de tratamento de esgotos por zona de raízes”, um sistema em que plantas filtram o efluente antes de lançá-lo na natureza. Uma estação para tratar efluentes de uma casa pode ser feita em dois dias e custar R$500. Ou pouco mais, em pequenos conjuntos. Os coliformes fecais são reduzidos em 99%. Já há projetos maiores em andamento, como, em São José dos Pinhais, uma estação para tratar os efluentes de 700 pessoas. A bióloga Tâmara Van Kaick, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, atesta a eficiência do sistema.
Ainda na área do saneamento, é inacreditável que não se implantem sistemas para financiar a recuperação de redes de água, quando a perda média em nossas cidades é de 40% da água que sai das estações de tratamento e custa de 5 a 7 vezes menos recuperar um litro de água que obter um litro “novo” com novas barragens, novas adutoras e novas estações de tratamento. Mas as prefeituras não conseguem recursos para entrar por esse caminho econômico.
Da mesma forma, dezenas de bilhões de reais vão para projetos como o da transposição das águas do rio São Francisco e, em boa parte, para cidades com esses níveis de perda – enquanto é enorme a luta para conseguir mais recursos para a implantação de cisternas de placas nas comunidades isoladas do Nordeste, capazes de abastecer de água uma família durante toda a estiagem. Cada uma delas custa cerca de R$1,3 mil, mas só foram implantadas 323 mil, quando se precisa de mais um milhão.
“Small is beautiful” - é preciso, mais do que nunca, gritar pelas ruas.

sábado, 2 de abril de 2011

Litoral catarinense em alerta

Diário Catarinense, 2 de abril de 2011, páginas 36 e 37.

Litoral catarinense em alerta
Análise mostra que 58 pontos de SC passaram a maior parte da temporada impróprios para banho

Na Praia de Ponta das Canas, na Capital, o garoto de 13 anos exaltava a “baita beleza da praia”. – E como é a lagoa ali ao lado? – questiona o repórter. – Se tu tomar um banho lá, tu morre. É cheia de bactéria e cocô – responde o menino. Apesar do exagero, ele tem certa razão. A lagoa é um dos 58 pontos poluídos no Estado na maior parte da temporada.


O DC analisou os relatórios de balneabilidade da Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) nos últimos três verões. Chegou à conclusão de que o número de pontos críticos aumentou na temporada 2010/2011, após uma queda no período de 2009/2010.

O estado é considerado crítico quando os pontos analisados passaram pelo menos a metade do tempo impróprios para banho, ou seja, se o local teve coletadas 10 amostras, por exemplo, pelo menos cinco vezes ele apresentava coliformes fecais acima do permitido.

Os pontos estão espalhados por toda a costa catarinense. Mas os resultados de três cidades chamam a atenção no ponto de vista negativo. Itapema e Porto Belo apresentam quase todos os pontos em estado crítico. E Florianópolis tem 23 locais na mesma situação.

Durante a semana, o DC, acompanhado do responsável pelo laboratório da Fatma, Marlon Silva, visitou pontos problemáticos no Norte da Ilha.

– Os rios se transformaram em condutores ou em depósitos de esgoto sanitário – analisou Marlon, ao passar ao lado do Rio do Braz, que desemboca na Praia de Canasvieiras, ao lado do trapiche das escunas de passeio.

Marlon contou que os pontos impróprios para banho estão, geralmente, próximos da foz de rios ou lagos. Significa que o esgoto doméstico passa por eles antes de contaminar a costa.

Naquele balneário, há seis pontos de análise: um crítico, dois regulares e três bons. Só que no relatório do dia 25 de janeiro todos foram considerados impróprios para banho.

– Naquela semana, choveu demais e estourou a barra do Rio do Braz, que invadiu o mar. Assim, todos os pontos ficaram contaminados – disse Marlon.

Ao lado de Canasvieiras, Ingleses também enfrenta problemas. Em um dos pontos, próximo a uma região de restaurantes, há um cano grande por onde deveria descer a água de um córrego. Mas a análise dos dados mostra mais do que água por ali. Há três anos, apenas 36% das análises estavam próprias para banho. Neste ano, nenhuma.

– No fim da tarde, desce pelo cano uma água preta com cheiro forte. Os turistas passam com a mão no nariz – conta o garçom Alex Sander Furtado.

Moradores dizem que, no passado, as mães levavam os filhos para brincar naquelas águas. Em outros pontos, a reportagem flagrou turistas e moradores passeando ou até pescando em lugares impróprios.

Em Ponta das Canas, uma garotinha brincava na água que escorria da lagoinha. A mesma água descrita pelo menino de 13 anos como um lugar cheio de bactéria e cocô.

MAURÍCIO FRIGHETTO