terça-feira, 15 de março de 2011

Sobre lixões...

Ana Echevenguá

Basta uma caminhada por Florianópolis-SC pra constatar que o pessoal adora jogar lixo no chão. Terreno baldio ou em construção, praça, areia de praia... tudo é local para disposição de lixo. Em Jurerê Internacional, na Costeira do Pirajubaé... A postura é a mesma!

Em Canasvieiras, ao lado do Mercado Jardim – na rua Madre Maria Vilac - há um camping desativado que virou lixão. Entre a vegetação alta tem de tudo: cachorro morto, sacolas com lixo dentro... até sofá. A vizinhança já reclamou a vários órgãos. Mas o lixão continua crescendo.

Ontem, soube que o terreno atrás do supermercado Imperatriz, onde será construído um colégio, também está recebendo lixo. Fui lá e confirmei: tem muito lixo depositado. E um vazamento de esgoto.

Do lado deste terreno fica uma das creches de Canas.

Será que ninguém sabe que essa prática corriqueira é uma das principais fontes de contaminação ambiental? É um foco de vetores de doenças infecto-contagiosas: formiga, barata, rato, mosca, urubu... E implica inúmeros prejuízos de natureza econômica e socioambiental.

Não quero me aprofundar muito no assunto. Mas há uma farta legislação ambiental a respeito do assunto. E essas regras – que foram feitas pra proteger a nossa saúde e a nossa sadia qualidade de vida - dizem que:

- o gerador do resíduo (aquele que produziu o lixo) como o proprietário da área onde é jogado o lixo,

- o motorista que levou o lixo até o local,

- o vizinho que olha e ‘não vê’,

- o servidor público que recebe a notícia da irregularidade e cruza os braços...

Todos são ‘farinha do mesmo saco’. Ou seja: todos têm sua parcela de culpa e devem ser punidos. Ta na Lei dos Crimes Ambientais.

Art. 2º. da Lei 9.605/1998 – Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la.

Dura Lex, sed Lex!

Viram pra quem vai sobrar a nossa conivência com a Fiscalização Zero??

Ana Echevenguá, advogada ambientalista, presidente do Instituto Eco&Ação e da Academia Livre das Águas, e-mail: ana@ecoeacao.com.br, website: http://www.ecoeacao.com.br.

4 comentários:

Mayer disse...

EDUCAÇÃO, cara Ana,
Vem de berço!

Mayer

Anônimo disse...

Dia desses uma mãe com seu filhinho pequeno estimulou a criança a jogar o papel da bala no chão da parada de onibus porque não havia lixeira por perto.
No mesmo instante, uma moça muito bonita e culta (era o que parecia), fumou seu cigarro e também fez o mesmo, jogou a ponta (ainda acesa) no cordão da calçada, proximo ao bueiro.
Concordo com o Mayer. EDUCAÇÃO COMEÇA NO BERÇO!

Anônimo disse...

quem estava vendo não fala nada, fica observando para poder passar o motivo a diante
já que a maioria não tem educação, os que tem observam.
no fundo, qual a diferença em ter e não ter educação.
o problema é muito mais sério que o quintal das nossas casa, muita gente faz bem o dever de casa, mas não é suficiente, o sos já mostrou que tem força e tenta se organizar para conseguir o volume necessário para poder chamar atensão.
vamos em frente, contando com os que tem educação ajude abrir os olhos dos que não tiveram educação no berço.

Carlos disse...

Sim, tens razão, anônimo. O problema é que chamar diretamente a atenção de pessoas adultas é arriscado. Geralmente eles não aceitam e partem para a agressão, senão verbal, muitas vezes física.
O que tem que ser feito é mais campanhas, veiculadas na mídia, com insistência, daí pode ser que dê algum resultado.

Carlos