Por Ana Echevenguá*
Já contei essa historinha pra vocês: tem gente morando na beira da praia de Canasvieiras, em Florianópolis, SC. Na época, somente um periódico fez uma reportagem a respeito. Mas, informou-me que a Prefeitura nada poderia fazer porque os sem-teto estavam cadastrados em alguma listagem oficial do Município.
Assim, ano após ano, as mudanças na praia são para pior. Várias pessoas continuam morando sob as árvores, em situação ilegal e insalubre... Comendo e bebendo na areia, sem cozinha ou banheiro. Quem conhece a praia, vai identificar um dos locais habitados dessa forma: aquele barranco entre o Trilegal e a Aldeia dos Piratas, perto da pracinha das crianças.
E, em dias de chuva, eles ocupam a calçada dos bares do “centrinho de Canas”, que ficam de portas fechadas fora da alta temporada. Na última quinta-feira, na porta da sorveteria Amoratto, por exemplo, dormia um sem-teto, aquecido por 1 cobertor e 3 cachorros.
Parece que, dentre essas pessoas, estão os recentemente indenizados pela desocupação das margens do rio Papaquara.
É óbvio que esse grupo de pessoas, bebendo álcool, a qualquer hora do dia, provoca medo e insegurança. Ainda mais num local – beira da praia - onde não se enxerga nenhum representante da segurança pública.
Até quando seremos coniventes com esses bolsões de miséria e de marginalidade?
*Ana Echevenguá, advogada ambientalista, presidente do Instituto Eco&Ação e da Academia Livre das Águas; email: ana@ecoeacao.com.br; website: www.ecoeacao.com.br
quarta-feira, 27 de julho de 2011
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6 comentários:
Depois das 17h dá medo caminhar na praia.
Morro de medo tbm, uma vez levei minhas meninas para brincar no parquinho q devia ser limpo, mas não era e alem de não ser limpos eram cheios deste homens, nossa o q serão que vão fazer para este problema acabar, pq pelo q vi sai ano e passa ano eles voltam e ficam por ai, sempre bêbados, ai q medo..
Uma vez eu fiz uma denúncia de marginais morando nos arbustos de um edifício na Apóstolo Paschoal, que estava fechado. Fui ao posto policial do trevo (que até então funcionava), e relatei ao oficial de plantão. A resposta dele: "O sr. pode ligar para o 190, e dizer que tem gente armada, senão não aparece ninguém. Ou esperar até o verão, quando os proprietários chegam, e botam eles pra correr..."
Talvez o secretário de turismo mande uma força-tarefa pra recolher mendigos e cães para deixar nossa praia limpinha para os turistas, lá por dezembro...
E o pior: Fiquei sabendo que a imprensa esteve aqui pra fazer uma matéria sobre os moradores de rua, como não encontraram muitos, entrevistaram alguns populares.
Sabe o que disseram à imprensa?
- "que não tem problema nenhum, são só mendigos, que não incomodam, blá blá blá..."
Ora bolas!
É evidente que o problema é sério, se o poder público não tomar providências agora, daqui a pouco não terá mais controle, pois a miséria só tende a aumentar.
Quer dizer então que não tem problema estas pessoas usarem calçadas, ruas, praia, como banheiro?
Como está no texto acima, consumir drogas e álcool é normal?
Tá tudo certo?????
FRANCAMENTE!!!!
Iara
Não é porque são mendigos e estão numa situação penosa que não mereçam os cuidados e a dignidade de vida de todas as criaturas de Deus.
Não podemos, de forma alguma, achar "normal" um ser humano viver nestas condições. É desumano!
Mariana
Que bom que várias pessoas reconhecem que os moradores da beira da praia, das calçadas, etc trazem sérios problemas à nossa comunidade. Precisamos de união para consertarmos o que está errado. As condições em que eles vivem são indignas, insalubres e nos afetam diretamente, de forma negativa. Este é o objetivo do nosso blog: discutir os problemas para encontrarmos soluções. Parabéns a todos!
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