quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Convite

JURI POPULAR

Tijolada por Justiça nesta sexta-feira, dia 16, às 17 horas, na frente da Catedral Metropolitana

Se possível vista uma roupa Branca ou Preta em sinal de paz, luto e luta! Traga seu cartaz de Protesto!

Um convite aos lutadores sociais:

Mataram Mosquito? Mosquito matou-se? O fato incontestável é que Mosquito ficou sem saída. Tenha ou não encerrado a própria vida, outras mãos, distantes da moradia de Mosquito, distantes do lugar onde ele foi encontrado, também são responsáveis por esta morte. Gente que Mosquito denunciou, poderosos que continuam impunes, gente que o enterrou sob dezenas de processos, em situação financeira e emocional insustentáveis. Por isso, se você participa de algum movimento social, se já participou, se desejou participar, mas não o fez pelo motivo que for, aqui vai um convite:

Para nós, que lutamos por justiça, Mosquito não morreu. Por isso, vamos nos juntar na frente da Catedral Metropolitana, a partir das 17 horas nesta sexta-feira, dia 16 de dezembro, para expor os fatos que Mosquito, AMILTON ALEXANDRE, expôs ao longo de sua luta. Neste lugar, Praça 15 de Novembro, é que Mosquito foi enquadrado, com então outros estudantes, na Lei de Segurança Nacional ao participar da Novembrada, a manifestação realizada em 1979 contra a presença do então presidente, general João Figueiredo, e contra a ditadura militar.

Aquela prisão foi o detonador que desencadeou reações populares adormecidas e articulou personalidades e políticos do campo da resistência democrática em formação, organizações eclesiásticas de base, sindicalistas, ativistas dos direitos humanos, estudantes e uma multidão de populares que tomaram a praça e as escadarias da Catedral para exigir a libertação dos sete líderes estudantis... Ali Mosquito entrou para a política de nossa cidade pela porta da frente.

Hoje nossa cidade vive há uma década sob o clima de terror da ideologia do pensamento único, da corrupção impune, da criminalização dos movimentos sociais, do total desrespeito aos instrumentos constitucionais de Gestão Democrática das Políticas Públicas, da Transparência e do Controle Social dos Atos e dos Patrimônios Públicos, ao mesmo tempo em que tiram o direito à vida digna e plena do Mosquito e de forma hipócrita nos mostram como porta de saída a porta dos fundos, como se nós fossemos os desajustados sociais, os corruptos e corruptores.

Não podemos nos silenciar diante de tamanha violência. Isso é um insulto político, ético e moral aos nossos sonhos, desejos e lutas por liberdade e justiça social. Por isso não devemos aceitar que junto com o Mosquito matem nossos sonhos e nossa dignidade. Chegou nossa hora de ocupar novamente as escadaria da Catedral com um Júri Popular que aponte os verdadeiros causadores das desordens e das injustiças sociais, os algozes de nossas lideranças, movimentos e sonhos de vida digna para todos e todas.

Mataram o Mosquito, mas seu legado vai seguir vivo nos demais militantes sociais, homens e mulheres livres, jovens e idosos esperançosos de justiça, fraternidade e união.

Um comentário:

Carlos disse...

Falar o que pensa e lutar pela justiça tá cada vez mais difícil neste País.
De um jeito ou de outro, a corda sempre arrebenta pros mais fracos.
Mosquito continua vivo na nossa memória.

Carlos