Desabafo

Caros (as) leitores:

Há mais de 15 anos frequento a praia de Canasvieiras, em que tenho família e amigos
residindo, onde morei por alguns anos, e venho notando há tempos o descaso e o abandono
do local pelas políticas públicas.

O balneário sofre com falta de extensão de areia, infra-estrutura escassa para receber tantos turistas, além de áreas de invasão, falta de limpeza, asfalto, calçadas decentes. O mato cresce e a água parada se acumula logo neste ano em que o País todo está em alerta para o risco deepidemia de dengue. Os buracos fazem aniversário sem que a Prefeitura os arrume. Os preços tornam-se cada vez mais exorbitantes no comércio local e o trânsito tem sido impraticávelem alta temporada. Neste ano já pudemos presenciar várias pessoas que apresentaram quadro clínico de gastroenterite após passarem alguns dias na praia. O esgoto veio a destruir
o mar dos banhistas. A Prefeitura, infelizmente, parece ignorar a situação que se instalou em Canasvieiras. A Secretaria de Turismo tem sido irresponsável, assim como a CASAN e a FATMA.

Não posso deixar de manifestar minha indignação perante a falta de segurança. O recente assassinato do turista argentino diante de sua família foi uma tragédia anunciada, pois a falta de efetivo e preparo para que a polícia patrulhe de maneira efetiva todo o Norte da Ilha, e mesmo a cidade, é do conhecimento de todos. Após o lamentável fato, havia policiais, viaturas, equipes táticas, helicópteros, enfim, percebeu-se o desejo de “mostrar serviço”, entretanto, poucos dias depois do ocorrido, já houve assaltos, arrombamentos em residências e comércios. Qualquer político que se preze faria um pronunciamento e pediria desculpas à nação vizinha, parceira em tantos empreendimentos e que há décadas envia frequentadores assíduos a Florianópolis. Foi em Canasvieiras, há 4 anos, que tive um amigo vítima de roubo seguido de morte dentro de sua própria casa. Acredito que os moradores já
presenciaram por várias vezes o uso descarado de entorpecentes. Ao que tudo indica, também há tráfico na região há tempos, e ninguém nasceu ontem para pensar que as autoridades o desconhecessem. O Secretário de Segurança Pública parece dormir diante dos fatos. A violência tem aumentado não somente aqui, mas em toda a capital. Não entendo como não há planejamento adequado para um dos principais destinos do turismo de Santa Catarina, máquina que move sua economia. A sensação que se tem é que a cada nova administração troca-se um incapaz por outro.

O cidadão não cobra nada além de respeito, pois organização, esforço, determinação e
a coragem de agir em favor do bem comum é o mínimo que nos podem retribuir já que
nesses governantes depositamos confiança. No momento, equipara-se a beleza do estado à incompetência política. Não gostaria de seguir acompanhando o desleixo das autoridades com relação a esta cidade. Desejo que as decisões corretas prevaleçam futuramente, para que a situação atual seja evitada.

Cordialmente,

Karine Weckerlim Fernandes Nonato