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REVOLUÇÃO DOS BALDINHOS
Lixo que educa e vira alimento
Resíduos orgânicos que sujavam as ruas em duas comunidades viram adubo que fortalece hortas e conscientiza as crianças
Os ratos invadiram o bairro. Pelas ruas, nas casas, nas escolas, os roedores andavam em busca de restos de comida deixados pelos moradores. Para resolver o problema da infestação, surgiu uma ideia: recolher os resíduos orgânicos jogados pelas ruas e transformá-los em adubo.
No início, há um ano e meio, cinco famílias participavam do projeto para a compostagem do lixo, nas comunidades Chico Mendes e Novo Horizonte, no Bairro Monte Cristo, em Florianópolis. Todo o trabalho era feito por voluntários. Atualmente, são 95 famílias, duas agentes comunitárias contratadas e dois bolsistas.
O projeto, chamado Revolução dos Baldinhos, foi idealizado e organizado pelo agrônomo Marcos José de Abreu, que trabalha no Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (Cepagro).
De acordo com Marcos, hoje são coletadas 10 toneladas de lixo orgânico por mês produzido pelas famílias que participam do projeto. Isso representa menos de 3% do total de pessoas residentes nas comunidades, cerca de 3 mil. O projeto só não está sendo ampliado porque não haveria espaço para depositar mais resíduos.
Para aumentar o atendimento, as comunidades estão negociando apoio da prefeitura da Capital. Eles reivindicam um terreno para fazer um novo pátio de compostagem e que a prefeitura pague aos participantes o valor que seria gasto para a coleta, transporte e aterramento desses resíduos recolhidos pela comunidade – cerca de R$ 320 de acordo com a Companhia Melhoramentos da Capital (Comcap).
Em Florianópolis, por mês, são produzidos em média 12,3 mil toneladas de lixo comum, sendo que 48% dos resíduos são orgânicos.
Além de recolher o lixo comum, a Comcap realiza a coleta seletiva mensal de 700 toneladas de materiais recicláveis e é responsável por um projeto piloto de compostagem, feito no Bairro Itacorubi, na Capital, em parceria com a UFSC. O projeto piloto recebe, ainda, materiais de grandes produtores como o Sacolão, localizado em frente ao CentroSul. No total, são recolhidas cerca de 70 toneladas de lixo orgânico por mês.
A engenheira sanitarista da Comcap, Flávia Guimarães Orofino, destaca que é importante que as pessoas se conscientizem e comecem a fazer a separação do lixo na sua origem. Embora a Comcap não receba pequenas quantidades de resíduos no projeto piloto, ela sugere às famílias interessadas que levem seu lixo orgânico ao Parque do Córrego Grande, onde o projeto Família Casca realiza um trabalho de compostagem em pequena escala.
3 comentários:
Parabéns a essas duas comunidades. Que este trabalho sirva de modelo e incentivo a outros bairros. Tudo o que é feito de maneira organizada, mesmo que demore um pouco mais, só pode dar certo.
Fiquei encantada com esta iniciativa. Prova que todo trabalho feito em mutirão, de maneira planejada e organizada tem resultados positivos.
Nosso planeta precisa muito destas ações. A reciclagem é o futuro. Não dá mais para continuar acumulando lixo. Temos muitas pessoas passando por necessidades. Com medidas simples, muito se pode fazer para
amenizar as mazelas sociais.
Parabéns!!!
Sandra Petersen
QUE BACANA ESTE PROJETO.
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